O discurso mentiroso de Meryl Streep e o prenúncio da Era Trump

O discurso mentiroso de Meryl Streep e a reação de Trump são o prenúncio do que serão os próximos quatro anos

Rodrigo Sias
19/Jan/2017
  • btn-whatsapp

“Foi nesse momento que a pessoa que pediu para ocupar o lugar mais respeitado em nosso país imitou um repórter incapacitado. Alguém que ele superou em privilégio, poder e capacidade de reagir. Isso partiu meu coração quando eu vi e eu ainda não consigo tirar isso da minha cabeça porque não estava em um filme, era a vida real. E esse instinto de humilhar, quando é exibido por alguém em uma plataforma pública, por alguém poderoso, impacta a vida de todos, porque meio que dá permissão para outras pessoas fazerem o mesmo. Desrespeito convida desrespeito. Violência incita violência. Quando os poderosos usam sua posição para intimidar outros, todos nós perdemos.

(Meryl Streep na cerimônia do Globo de Ouro de 2017)

Esse discurso "bonitinho" e politicamente correto de Meryl Streep para defender os “oprimidos”, a princípio, é verdadeiro: os poderosos devem ser censurados por usarem seu poder para humilharem os mais fracos e indefesos. 

No entanto, Streep fez seu discurso em um contexto oportunista e mentiroso, para reforçar a história de uma das farsas jornalísticas mais canalhas já vistas na imprensa americana, tentando prejudicar a campanha de um candidato em favor do outro, numa tentativa de transformar Trump em um "monstro moral" e interferir, pois, acintosamente na escolha das pessoas e, portanto, na democracia. 

Trump não ridicularizou a deficiência física do repórter em questão. 

Ao contrário, o então candidato usou as mesmas interpretações e mímicas em outras ocasiões para retratar banqueiros, um general, seus concorrentes republicanos e até ele mesmo, em situações de desconforto e confusão. 

Veja a história toda aqui.

Mas não parou por aí. O discurso de Streep é ainda mais mentiroso ao defender o que seriam "vítimas" de Trump como sendo "Hollywood, a imprensa e estrangeiros".
Segundo Streep, os artistas de Hollywood estão sendo "vilanizados". 

Coitados, ganham só alguns milhões de dólares por seu trabalho, mas não aguentam uns tweeds de resposta às suas mentiras. É patético, se antes não fosse deprimente. 

Trump não atacou Hollywood, mas sim alguns artistas que, como a própria Streep usaram sua influência, seus dotes de interpretação e sua posição (coisa que ela o acusa de fazer) para - que surpresa –“convidar ao desrespeito” ao agora presidente eleito e fazer campanha descarada a favor da outra candidata. 

A imprensa (CNN, NY Times, ABC etc) então nem se fala: além desse episódio de suma vigarice em relação ao jornalista deficiente (e diversos outros semelhantes), durante toda a campanha mentiu descaradamente, ajudou Clinton, defendeu interesses inconfessáveis e encobriu todas as barbeiragens, corrupções e safadezas de Obama e Clinton durante o mandato do primeiro.

 Jamais se portou como “força vigilante do poder”. Foi sim um dos pilares da campanha da candidata democrata.

A imprensa foi respondida por Trump via tweeds durante a campanha inteira e aí se coloca como "perseguida". 

Está, na verdade, apavorada com Trump: eles têm medo de perder sua influência, que tem despencado há anos por causa exatamente desse tipo de manipulação. 

E Trump é uma ameaça real, pois possui milhões de seguidores no Twitter e não precisa da mídia tradicional pra se comunicar. Aliás, nunca precisou. 


Na primeira coletiva, Trump colocou a CNN em seu lugar chamando-os de “fake News”(veja aqui).

Por fim, os "estrangeiros": ao que consta, Trump sempre se pronuncia sobre a imigração ilegal e, em especial, daqueles que cruzam a fronteira ilegalmente para praticar tráfico de drogas e crimes, além dos terroristas muçulmanos.

Considerar que Trump seria contra estrangeiros genericamente e, portanto, um “xenófobo”, é tão mentiroso quanto irreal, como qualquer pessoa com um mínimo de compromisso com a verdade pode averiguar. 

Afinal, Trump é casado com uma estrangeira. Uma ex-modelo eslovena, vejam só! Não me conste que ele queira deportá-la.

Pode-se gostar ou não de Trump – de suas ideias e de seu estilo fanfarrão -, mas se deve fazê-lo pelos motivos certos e não baseado em factóides criados essencialmente para demonizar oponentes de forma "desrespeitosa e que incita a violência", parafraseando Streep.

Além da resposta imediata de Trump para Streep no Twitter – acusada por ele de “lacaia de Hillary” e “atriz superestimada” – houve outra resposta interessante, vinda do meio artístico: Nicole Kidman.

A bela, que possui dupla nacionalidade (americana e australiana), defendeu que o clima de campanha seja deixado para trás e que os oponentes de Trump parem de tentar deslegitimar sua justa vitória.

Kidman pode até nem gostar do novo presidente, mas aceita os resultados eleitorais e clama por união do país para enfrentar os problemas. 

Deu exemplo: foi neutra em relação à eleição do bilionário e mostrou a hipocrisia daqueles artistas que defendem a “democracia” exaustivamente, mas que curiosamente, são os primeiros a não respeitarem o seu significado e demonizar o presidente eleito.

O discurso mentiroso de Meryl Streep e a reação de Trump são o prenúncio do que serão os próximos quatro anos.

De um lado, a histeria da imprensa, dos artistas e dos “defensores das minorias” sempre inventando “polêmicas” e, por outro lado, as respostas ácidas e “sem papas na língua” do novo presidente.

Diversão garantida para quem não suporta mais o politicamente correto. Sem dúvida, a Era Trump, que começará amanhã, será muito interessante.

********
As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

 

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Alessandra Andrade é o novo rosto da SP Negócios

Alessandra Andrade é o novo rosto da SP Negócios

Rodrigo Garcia, da Petina, explica a digitalização do comércio popular de São Paulo

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis