O presidente Michel Temer, disse nesta segunda-feira (18/09), após jantar de trabalho com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e lideranças
sul-americanas, que o Brasil tem feito o possível para ajudar humanitariamente o povo venezuelano.
A Venezuela foi um dos principais temas tratados no jantar com Trump, que exigiu a restauração "plena" da democracia e das liberdades políticas no país governado por Nicolás Maduro.
Temer deu uma entrevista coletiva a jornalistas após o jantar com Trump e a Venezuela foi o principal assunto.
O presidente brasileiro disse que é preciso tratar do tema sobre dois ângulos: o humanitário e o político. No humanitário, ele disse que o Brasil mandou medicamentos para a
Venezuela e no político citou o encontro com Leopoldo Lopez, político que faz oposição a Maduro.
“ Eu próprio relatei que recebi o Leopoldo Lopez, tenho mantido os mais variados contatos, recebi a esposa dele, a mãe dele, para revelar a posição do Brasil em relação à Venezuela”, disse.
“As pessoas querem que lá se estabeleça a democracia, não querem uma intervenção externa, naturalmente. Mas querem manifestações que se ampliem, dos países que aqui estão para os países da América Latina, para os países caribenhos, de maneira a pressionar a solução democrática na Venezuela”
Mais cedo, Trump, exigiu a restauração "plena" da democracia e das liberdades políticas na Venezuela, no início de uma reunião com vários governantes latino-americanos, entre eles Michel Temer, para tratar a crise nesse país. As informações são da agência de notícia EFE.
Trump disse que a situação atual na
Venezuela é insustentável, "completamente inaceitável", e lembrou as sanções que os EUA impuseram durante o seu mandato contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Segundo o presidente brasileiro, nenhuma decisão foi tomada durante a reunião, mas os líderes sul-americanos destacaram o problema dos refugiados venezuelanos.
“Nós temos mais de 30 mil refugiados no Brasil, milhares de refugiados na Colômbia e alguns até no Panamá. E o que houve foi isso: todos querem continuar a pressão para resolver. Mas a pressão diplomática”, disse.
Temer disse que a possibilidade de sanções à Venezuela não foi discutida efetivamente. Falou-se no tema, mas com ações diplomáticas, como ocorreu em relação ao Mercosul. “No Mercosul, quando nós fizemos reunião na Argentina, a Venezuela foi excluída do Mercosul, melhor dizendo, até nem chegou a entrar, por não ter cumprido as cláusulas democráticas”, disse.
O presidente Michel Temer faz nesta terça-feira o discurso de abertura da 72ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, seguindo a tradição de o Brasil ser o primeiro a ter a palavra desde 1947.
De acordo com o representante permanente do Brasil nas Nações Unidas, Mauro Vieira, entre os destaques do discurso deste ano devem estar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e o Tratado para Proibição de Armas Nucleares, que deve ser ratificado por 26 países, entre eles o Brasil, nesta quarta-feira (20/09).
FOTO: Beto Barata/Agência Brasil