Poupança volta a ter ganho real no mês, mas ainda perde em um ano
Depois de sete meses de perda de poder aquisitivo, o rendimento da caderneta voltou a ter ganho real (descontada a inflação) de 0,11% em julho

A desaceleração mensal da inflação - que ainda está em um patamar alto para o mês de julho - e mais o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 14,25% ao ano ajudaram o rendimento real da caderneta de poupança no mês passado.
O movimento foi pontual, já que a aplicação mais popular do país segue com perdas reais em 12 meses. Neste período, teve o segundo o pior desempenho depois da bolsa de valores, segundo levantamento da consultoria Economatica.
O rendimento real considera o ganho obtido pelo investidor após descontar a inflação.
Nos últimos sete meses o dinheiro guardado na poupança teve perda real, segundo esse critério. Na prática, isso significa que o poupador teve perda de poder aquisitivo.
No mês passado, a poupança teve rendimento líquido de 0,73% - mas se descontada a inflação medida pelo IPCA de 0,62% de julho - o ganho foi de apenas 0,11%.
O movimento foi pontual, já que em 12 meses acumulados até julho, o aplicador da caderneta teve perda de poder aquisitivo de 1,78%. Segundo a Economatica, a perda anualizada da poupança no último mês foi a maior desde outubro de 2003, quando foi de 1,90%.
Desta forma, especialistas em finanças recomendam que o poupador de perfil conservador busque outras alternativas na renda fixa.
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No acumulado de 12 meses, a poupança só não perdeu mais poder aquisitivo do que as ações do Ibovespa (índice que reúne as ações mais negociadas e de maior valor de mercado da bolsa). Os dados da Economatica mostram que a perda real das aplicações no índice foi de 16,84%.
Em seguida, os investimentos atrelados ao ouro, tiveram ganho real de 17,28%.
Por outro lado, o rendimento real das aplicações de renda fixa que acompanham o CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, taxa entre bancos) foi tímido, de apenas 2,30% em 12 meses até julho.
Segundo a Economatica, de dezembro de 2010 a 31 de julho de 2015, período que compreende os mandatos da presidente Dilma Rousseff, o ativo que mais ofereceu retorno real foi o dólar Ptax, com 50,1%, seguido pelo euro (23,79%).
As aplicações que acompanham o CDI tiveram retorno real de 14,39% e o ouro, de 7,39%. Nesse período acumulado, o ganho real da poupança foi de apenas 0,50% e o Ibovespa teve perdas reais de 45,92%.
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