Natal tecnológico invade varejo dos EUA
Na dúvida do que comprar? Assistentes virtuais, como os usados pela Target (foto) e Best Buy, entendem o perfil do presenteado e mostram as opções que mais vão agradá-lo. Proposta é ajudar os consumidores até a última hora

Já pensou ganhar o presente que você realmente gostaria, em vez da meia que aquela tia distante sempre dá no final do ano? Os varejistas dos Estados Unidos parecem empenhados em acabar com os olhares de insatisfação na noite de Natal. Neste ano, vários deles estão oferecendo assistência virtual com tecnologia avançada de inteligência artificial (IA), que promete dar a opção certeira de produto para agradar aos gostos mais exigentes, das crianças pequenas aos idosos.
A loja de eletrônicos Best Buy e a rede de supermercados Target são dois dos muitos exemplos de empresas que trouxeram a novidade para este final de ano. Além das tradicionais listas de presentes sugeridos para diferentes perfis de pessoas, no início de dezembro o Target lançou em seu site o espaço Bullseye Gift Finder, um “encontrador de presentes”.
Entrando no link, o consumidor vai se deparar com um questionário de algumas perguntas, como faixa etária, hobbies e interesses, para definir o perfil de quem se quer agradar. A partir das respostas, virá a sugestão de presente, com uma lista de outras opções que também atendem à necessidade na sequência, caso o comprador queira mais ideias. E, para afinar ainda mais a escolha, é possível filtrar os resultados por preço, itens disponíveis no mesmo dia, para delivery ou para buscar em uma loja física.
“Entendemos que a vida pode ficar corrida, por isso estamos comprometidos em tornar as compras de última hora para o feriado fáceis e acessíveis, com opções de entrega e ofertas que se encaixam em todos os horários e orçamentos", disse o vice-presidente executivo e diretor de operações da Target, Michael Fiddelke. A empresa anunciou que a tecnologia continuará a ser oferecida a seus consumidores além do período de festas de fim de ano.
SENSAÇÃO BOA DO DEVER CUMPRIDO
Com proposta parecida, a Best Buy investiu pesado para mostrar que pode ir além na satisfação do cliente. A começar pela campanha. “É uma boa sensação saber que você acertou em cheio ao dar o presente perfeito para alguém especial. Às vezes você sabe exatamente o que eles vão querer. Outras vezes você precisa de uma ajudinha”, já dizia o anúncio oficial da loja ao lançar suas novas tecnologias de apoio ao consumidor para este final de ano.
Ao longo de todo o período de festas, a cada sexta-feira, a varejista colocou no ar, no streaming, na TV aberta, nas plataformas digitais e nos cinemas, novos episódios do seu “homem holograma” Gram, interagindo com pessoas para mostrar o poder da tecnologia em amplificar os momentos em família.

Além de falar das festas propriamente ditas, a ideia foi ensinar como usar a tecnologia para escolher o presente perfeito. No site da loja, foi criado o Gift Center. "Nós selecionamos várias ideias de presentes diferentes para todas as pessoas da sua lista, sejam integrantes com perfis distintos dentro da sua família, ou faixas etárias diversas de crianças e adultos, ou para diferentes necessidades de estilo de vida", afirmou o presidente de e-commerce da Best Buy, Allison Peterson.
Entre tantas opções, para refinar as buscas e garantir a escolha certeira, a varejista lançou o Gift Finder, um chatbot com novos recursos de IA generativa. "Os clientes podem ter uma troca interativa para ajudá-los a encontrar o presente perfeito que eles podem nem ter considerado ou saber que a Best Buy oferecia", declarou a CEO da empresa, Corie Barry, ao falar sobre a ferramenta durante teleconferência com a imprensa.
ACEITAÇÃO
A “ajudinha” de última hora da tecnologia, quando feita de maneira criteriosa, parece estar sendo bem recebida pelos consumidores. Pesquisa da consultoria Bain & Company sobre a experiência com a personalização de compras feitas por IA generativa neste final de ano revelou o nível de aceitação atual das novas ferramentas.
A rejeição ao bombardeio de propagandas indiscriminadas nas plataformas continua altíssima. No entanto, o estudo mostrou que 45% das pessoas pesquisadas não se importam em ter anúncios patrocinados em suas timelines se eles forem relevantes. Mais do que isso, 40% afirmaram que esses anúncios podem ser úteis ao fazer compras.
Segundo os consultores, a diferença entre o sucesso e o fracasso está no uso correto das ferramentas tecnológicas para obter o que está sendo chamado de hiperpersonalização, quando as empresas conseguem promover conexões consideradas autênticas e valiosas pelos consumidores. “As melhores mensagens ressoam com as necessidades dos clientes. Quando os varejistas acertam, eles fazem os compradores se sentirem vistos, valorizados e engajados, o que cria lealdade e define um novo padrão para a experiência do cliente”, revelou o estudo.
IMAGENS: divulgação