Girondino já tem novo dono e deve reabrir em novembro
Café centenário foi fechado em junho, no Centro de SP, e agora será administrado pela Fábrica de Bares, responsável pelo Bar Brahma e pela recuperação de negócios como o Bar Léo e a Love Story
Após quatro meses de portas fechadas, o histórico Café Girondino, que funcionou durante 26 anos em frente ao Mosteiro de São Bento, no Centro de São Paulo, deve voltar a funcionar em novembro.
Quem assume a cafeteria daqui pra frente é a Fábrica de Bares, empresa da família Aoas, responsável pela gestão do Bar Brahma e pela recuperação de outros estabelecimentos históricos de São Paulo, como o Bar Léo, Love Cabaret (Love Story) e Jacaré Grill.
Com tradição na gestão e operação de bares, restaurantes e casas de shows, a Fábrica de Bares tem por método adquirir espaços consagrados e populares de São Paulo e reabri-los após alguma reforma e modernização do ambiente.
Foi assim com os bares Brahma, na esquina das avenidas São João e Ipiranga, em 2001; o Bar Léo, entre os anos 2012 e 2013, outro tradicional ponto boêmio de São Paulo, situado na Rua Aurora, na Santa Ifigênia, e o Love Cabaret, antigo Love Story, que teve sua reabertura no último ano, na República.
Em entrevista ao Diário do Comércio, sobre a trajetória do grupo ao recuperar lugares históricos da cidade, Cairê Aoas, sócio da Fábrica de Bares, contou que para reviver esses negócios "é preciso manter tradição, valores e ritos. Manter a alma do negócio é preservar tudo o que o bar tem de importante para aquela comunidade, e isso não pode ser alterado".
RELEMBRE O FECHAMENTO
O Café Girondino encerrou as atividades em 3 de junho deste ano e, por meio de um comunicado nas redes sociais, informou que a "pandemia deixou cicatrizes que não curaram. Lutamos bravamente. Não nos faltou valentia e resiliência. Há quase uma semana a nossa porta está fechada. E assim permanecerá".
Poucos dias depois, em conversa com o Estadão, o diretor da Fábrica de Bares, Álvaro Aoas, confirmou o interesse da empresa em adquirir o Girondino, e afirmou que estaria em negociação com os proprietários do espaço. O empresário também disse que manteria o nome, o mesmo aspecto da cafeteria e o endereço onde funcionava desde 1998.
Na época, Felippe Nunes, um dos sócios do Girondino, confirmou as negociações com a Fábrica de Bares, mas também assumiu estar conversando com “outros grandes players do centro e outras regiões”.
Como estratégia de manter a marca Girondino viva, os sócios Felippe e André Boaventura mantiveram a operação da segunda unidade da cafeteria, no Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo (CBBSP), na Rua Álvares Penteado.
Um ano antes do negócio fechar as portas, Boaventura detalhou ao Diário do Comércio, os planos para repaginar o espaço e rejuvenescer a marca. A ideia era dar início a uma reforma, especialmente na fachada que resgataria os traços arquitetônicos da época de fundação do Girondino, e um projeto de expansão da marca que incluía uma flagship e a entrada no franchising.
O Girondino no endereço em que está hoje foi inaugurado em 1998, e chamado assim em referência ao antigo Café Girondino, fundado em 1875, no início do século XIX, que ficava na esquina da Rua 15 de Novembro com a Praça da Sé. Porém, as casas não têm nenhuma ligação entre as famílias fundadoras.
Com meia luz e decoração que remetia aos anos 1950, o negócio preservava a antiga atmosfera de uma região recém-enriquecida pelo café, quando bondes ainda passavam por aquelas ruas os barões tinham o Largo do Café como ponto de encontro para compra e venda do grão.
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