Rede Econômica continua sua expansão pelo Centro de São Paulo

Loja de utilidades domésticas, que fechou suas unidades na região durante a pandemia, deve abrir a segunda na rua São Bento até novembro e já planeja a terceira. Maior fluxo de pessoas, novas lojas no entorno e o aumento no policiamento motivaram reabertura, segundo o fundador Nelson Dib Jr.

Rebeca Ribeiro
30/Set/2024
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Rede Econômica continua sua expansão pelo Centro de São Paulo

Muito bem recebido no Centro de São Paulo. Essa é a sensação de Nelson Dib Junior, fundador da rede Econômica, de utilidades domésticas, com a retomada da loja para a região central.

Com grandes planos de expansão, Dib, que já chegou a ter três unidades apenas no Centro Histórico, mas que, devido à pandemia, precisou fechá-las, retornou ao antigo endereço da Rua Direita em junho, e agora vai abrir uma nova unidade na rua São Bento, 208, prevista para ser inaugurada em novembro.

Foi durante a pandemia, com a deterioração do Centro de São Paulo, que a rede decidiu fechar as três unidades na região, focando apenas nas localizadas fora de São Paulo.

“Havia várias funcionárias que não queriam mais trabalhar na região por medo”, conta Dib, ao lembrar também que "assistiu o movimento cair."

Agora, motivado pelas iniciativas da Prefeitura em parceria com o Governo do estado, o empresário enxerga novamente no Centro uma oportunidade de crescimento. Com maior fluxo de pessoas, novas lojas sendo abertas e aumento no policiamento, Dib espera aumentar cada vez mais sua presença na região e admite o forte interesse em abrir uma nova unidade na Rua Barão de Itapetininga, local em que a Econômica já esteve presente. 

“Muitas empresas que estavam no modelo home office estão procurando escritórios aqui no Centro. Isso aumenta o fluxo de pessoas na região”, afirma. Além desse detalhe, as oportunidades de locação também são atrativos para o empresário, que conta que antes os preços na região eram inviáveis, mas que agora os empresários têm repensado os valores de aluguel.

Dib reforça que o fluxo de pedestres encontrado na região central favorece muito o varejo, um fluxo que só se encontra em shoppings centers. Porém, estar presente nos centros de compra gera muito mais custos para o empresário, uma vez que é necessário pagar aluguel para o shopping, taxa de marketing, estacionamento, entre outros, enquanto o Centro é um 'shopping a céu aberto', com policiamento e sem tantos gastos.

Apesar de a nova unidade ser próxima à da Rua Direita, Dib menciona que um dos diferenciais do Centro é justamente poder abrir várias unidades próximas sem perder o público, que é “passante”, ou seja, que gera fluxo contínuo na região.

Além disso, o empresário enxerga que a unidade na Rua São Bento pode atrair muito mais consumidores por ser uma rua com mais lojas, ficar próxima a um McDonald’s e à rede de perfumarias Princesa, popular na região, que deve abrir uma nova loja no antigo prédio da Marisa. 

Para a nova unidade, Dib pretende contratar 12 funcionários. Até o momento, ele já preencheu cerca de 30% do quadro de colaboradores e admite que espera que a nova unidade receba cerca de 400 a 500 clientes por dia - mesma quantidade da unidade na Rua Direita. Sua expectativa é que, em dois anos, esse número aumente cerca de 40%. 

Sem revelar valores atuais de faturamento, as três lojas no Centro representavam cerca de 60% das receitas da rede. Porém, mesmo com boas perspectivas para a região, o empresário espera que isso não se repita, justamente para manter o faturamento da rede equilibrado. 

'MAIS BARATO QUE A SHOPEE'

Embora o novo endereço seja próximo a uma unidade da famosa Lojasmel, conhecida por vender produtos de utilidades domésticas e eletrodomésticos, Dib não enxerga a marca como uma ameaça para a rede Econômica, e garante que as duas lojas são diferentes, não sendo concorrentes diretos.  

Em um mercado em que muitas empresas precisam lidar com a concorrência de grandes e-commerces chineses, Dib afirma que o maior diferencial da Econômica são os preços baixos com boa qualidade.

“Um fornecedor já chegou a ouvir clientes dizendo que os produtos da loja estavam mais baratos que os da Shoppe”, diz. Com uma grande variedade de artigos de utilidade doméstica e decorações, os preços variam de R$ 1,99 a R$ 299,99. 

É justamente nessa forma de se reinventar, mantendo preço baixo e qualidade, que a rede conseguiu se manter no mercado mesmo quando muitas empresas conhecidas como lojas de R$ 1,99 precisaram aumentar preços, fugindo da proposta principal. “Passamos a colocar produtos de R$ 29,90. Quando as pessoas viam isso, elas se sentiam impactadas, achavam o preço interessante”.

Fora da região central, a rede Econômica mantém planos de expansão, com expectativa de abrir entre três e quatro lojas em 2025. A rede já observa alguns endereços fora da região central com grande fluxo de pessoas, como São Mateus, Santo Amaro, Cidade Tiradentes e Freguesia do Ó. Mesmo sem entrar em detalhes, o empresário ainda revela que tem discutido internamente a possibilidade de transformar a rede em franquia.

INCENTIVOS PARA INVESTIR NA REGIÃO

A Econômica voltou a apostar no Centro de São Paulo, principalmente por ter observado a melhora de indicadores como o policiamento na região. Para atrair empresários para o Centro e estimular os que já estão por lá, o Governo de São Paulo anunciou, em janeiro, o programa https://www.desenvolvesp.com.br/Desenvolve Centro, por meio da Desenvolve SP. Na ocasião, foram disponibilizados R$ 200 milhões em créditos para os comerciantes que investirem na região central.

Desse total, R$ 170 milhões serão liberados pela Desenvolve SP para micro, pequenos e médio empresários, enquanto os R$ 30 milhões restantes pelo Banco do Povo Paulista para microempreendedores individuais (MEIs) e pessoas físicas. O limite para pequenos e médios comerciantes é de R$ 5 milhões. Para MEIs e pessoas físicas, é de até R$ 21 mil.

As parcelas para pagamento podem ser de até 120 meses, com carência de 36 meses e taxa de juros de 0,35%. Para solicitar o crédito basta acessar o site do Desenvolve SP.

Além disso, a Prefeitura de São Paulo sancionou em dezembro de 2023 a Lei 18.065, conhecida como Lei do Triângulo Histórico e Quadrilátero, que abrange as ruas Líbero Badaró, Benjamin Constant, Boa Vista, 7 de Abril, Coronel Xavier de Toledo, e Conselheiro Crispiniano, assim como as avenidas Ipiranga, São João e Praça Ramos, para atrair empresas para a região.

Entre os incentivos fornecidos estão isenção de 40% de IPTU para imóveis não residenciais, limitado a R$15 mil por imóvel, ISS, fornecendo alíquota reduzida de 5% a 2% para profissionais de diversas áreas, como engenharia, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres, etc.  Além disso, a lei garante simplificação nos processos para instalação e funcionamento, assim como a obtenção de termo de autorização e outros alvarás. 

Há também o projeto Requalifica Centro, lei 17.577/21, que prevê incentivos fiscais e edilícios para a requalificação de prédios (retrofit), com o objetivo de reduzir a ociosidade desses imóveis e gerar mais habitação. 

Apoiado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o projeto #VEMPROCENTRO une todas as iniciativas feitas pela Prefeitura de São Paulo em prol da revitalização do Centro de São Paulo e pela ocupação da região por empresários.

FOTO: Rebeca Ribeiro

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