A jovem que deixou uma startup para vender bolos da vovó

Há três anos, Renata Kann usou tudo o que guardou em mais de uma década de trabalho para abrir o próprio negócio, a Rebolô

Mariana Missiaggia
14/Jul/2017
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A jovem que deixou uma startup para vender bolos da vovó

Foco no cliente, um pouco de planejamento e um punhado de experiência. Essa é a receita da jovem empresária Renata Kann, 36 anos, para um negócio de sucesso.

Há três anos, Renata que é formada em administração decidiu deixar o emprego formal em uma startup para realizar um antigo desejo: abrir uma loja de bolos caseiros.

Hoje, ela produz cerca de cem bolos por dia em uma pequena loja na rua Peixoto Gomide, nos Jardins, em São Paulo.

O COMEÇO

A história de Renata se parece com a de tantos outros empreendedores que também apostaram no mercado de doces caseiros.

Apaixonada por confeitaria, sempre que possível, ela preparava os bolos que aprendeu com a avó e vendia para amigos e familiares.

Mas a carreira de administradora em empresas de varejo a impedia de produzir doces em maior quantidade. 

Com a experiência que acumulou trabalhando em multinacionais, a administradora partiu para uma startup, onde ficou por cinco anos e pode vivenciar o surgimento e crescimento de uma empresa. Participar desse processo a motivou a criar sua própria bolaria. 

O conhecimento na área de bolos foi determinante para a escolha da área em que atuaria.

Para dar vida à Rebolô, uma loja de bolos simples, com pouca ou nenhuma cobertura e com um visual nostálgico, a empresária usou parte da reserva financeira que dispunha, cerca de R$ 100 mil.  

Renata tirou de letra toda a concepção da loja, escolha do ponto de venda, abertura do CNPJ, contratação de um contador e tudo mais que envolve os primeiros passos de um comércio.

No entanto, sua grande dificuldade está em como lidar com a burocracia do dia a dia, que acaba se tornando um obstáculo para a evolução do negócio, de acordo com a empresária. 

"Sou uma microempresária que quer crescer e gerar empregos e perco mais tempo com impostos, sindicatos e leis que nem sabia que existiam", diz.

"Sou jovem e tenho muitas ideias e projetos, mas nem sempre tenho braços para tudo isso".

Para Renata, não faz sentido que uma pequena empresa arque com as mesmas responsabilidades que uma grande empresa, que tem setores delimitados para resolver cada tipo de assunto.

CONCORRÊNCIA

Nos últimos anos, o mercado de bolos caseiros passou por um boom e surgiu, então um novo perfil empresarial. Antes, esse tipo de comércio se limitava às cozinhas de casa, ou seja, uma venda informal e desorganizada.

Hoje, as lojas são aconchegantes e exalam o perfume de bolos sendo assados.

Diariamente, mais de cem clientes passam pela Rebolô e gastam em média, R$ 20. Apesar do preço popular, Renata afirma se tratar de um mercado rentável e que a cada dia ganha mais adeptos pelo apelo artesanal.

Para driblar a concorrência, Renata diz ter foco total no cliente. Diferente de outras bolarias, que não personalizam os pedidos, na Rebolô quem manda é o cliente.

"Se quiser nozes na massa, eu coloco. Se quiser trocar a cobertura, colocar coco, mudar o recheio, também não tem problema".

FOTOS E VÍDEO: Mariana Missiaggia/Diário do Comércio

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