Inflação sobe 0,44% em setembro e acumula alta de 4,42% em 12 meses
A energia elétrica teve o maior impacto no IPCA ao passar de um recuo de 2,77%, em agosto, para uma elevação de 5,36% no mês passado
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 0,44%, ante uma redução de 0,02% em agosto, informou nesta quarta-feira, 9/10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 3,31% e em 12 meses ficou em 4,42%.
A alta de 0,44% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em setembro de 2024 foi o resultado mais elevado desde maio de 2024, quando subiu 0,46%, informou o IBGE.
Considerando apenas meses de setembro, a taxa foi a mais alta para o mês desde 2021, quando avançou 1,16%. Em setembro de 2023, a taxa tinha sido de 0,26%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou, passando de 4,24% em agosto para 4,42% em setembro.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%.
TRANSPORTES
Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma estabilidade (0,00%) em agosto para uma elevação de 0,14% em setembro. O grupo deu uma contribuição de 0,03 ponto porcentual para a taxa de 0,44% registrada pelo IPCA de setembro
O avanço no grupo foi influenciado pela alta de 4,64% das passagens aéreas, um impacto de 0,03 ponto porcentual no IPCA. Os combustíveis recuaram 0,02%. Houve quedas na gasolina (-0,12%) e óleo diesel (-0,11%). Porém, os preços subiram para o etanol (0,75%) e o gás veicular (0,03%).
ALIMENTAÇÃO
O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma redução de 0,44% em agosto para um avanço de 0,50% em setembro. O grupo contribuiu com 0,11 ponto porcentual para a taxa do IPCA do último mês.
A alimentação no domicílio aumentou 0,56% em setembro. Ficaram mais caros o mamão (10,34%), laranja-pera (10,02%), café moído (4,02%) e contrafilé (3,79%).
Na direção oposta, houve quedas de preços na cebola (-16,95%), tomate (-6,58%) e batata inglesa (-6,56%).
A alimentação fora do domicílio aumentou 0,34% em setembro. O lanche subiu 0,67%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,18%.
HABITAÇÃO
As famílias brasileiras gastaram 1,80% a mais com Habitação em setembro, uma contribuição positiva de 0,27 ponto porcentual para a taxa geral do IPCA no mês.
Em agosto, o grupo Habitação havia apresentado queda de 0,51% e gerado uma contribuição negativa de 0,08 porcentual na taxa geral igualmente negativa de 0,02% do IPCA.
A energia elétrica residencial passou de um recuo de 2,77% em agosto para uma elevação de 5,36% em setembro, item de maior impacto sobre o IPCA do mês, 0,21 ponto porcentual. O avanço foi devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,463 a cada 100 quilowatt-hora consumidos.
Além disso, houve reajustes tarifários: em Porto Alegre, reajuste médio de 0,06% em uma das concessionárias de energia a partir de 19 de agosto; em Vitória, com redução de 1,96% a partir de 7 de agosto; em São Luís, redução de 1,11% a partir de 28 de agosto; e em Belém, redução de 2,75% a partir de 7 de agosto.
A taxa de água e esgoto aumentou 0,08%, devido a reajustes em Fortaleza, de 8,05% a partir de 5 de agosto; Salvador, de 5,81% a partir de 1º de agosto; e Vitória, de 4,31% a partir de 1º de agosto.
O gás de botijão subiu 2,40% em setembro. O gás encanado avançou 0,02%, em decorrência de reajuste médio de 2,77% no Rio de Janeiro, a partir de 1º de agosto, e da mudança na estrutura das faixas de consumo nas faturas em Curitiba, a partir de 1º de agosto.
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