Desemprego cresce em janeiro com a perda de 40 mil vagas formais
O comércio foi o setor que mais fechou postos de trabalho no mês, segundo levantamento do Caged

Em janeiro, 40.864 vagas de emprego formal foram fechadas no Brasil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro de 2017, divulgado nesta sexta-feira (03/03) pelo Ministério do Trabalho.
O resultado foi consequência de 1.225.262 admissões e 1.266.126 desligamentos. Em janeiro de 2016, no entanto, a diferença negativa era de 99.717 vagas, mais do que o dobro de agora.
A maior queda no número de vagas foi registrada no Comércio, com 60.075 postos a menos no mês de janeiro de 2017. Mesmo assim, foi uma diminuição menor do que em janeiro de 2016, quando tinham sido fechadas 69.750 vagas.
O mesmo ocorreu com o setor de Serviços, que teve saldo negativo de 9.525 postos em janeiro de 2017, mas, no mesmo período de 2016, havia fechado 17.159 postos.
Dentre os setores com abertura de vagas o destaque foi para a Indústria de Transformação, que fechou o mês com resultado positivo de 17.501 vagas.
O desempenho foi 0,24% maior do que em dezembro de 2016 e reverteu a tendência de queda que ocorreu em janeiro do ano passado, quando foram fechados 16.553 postos.
Apesar disso, o saldo negativo de emprego formal de 40.864 observado em janeiro foi o menor para o mês desde janeiro de 2015, quando 81.774 vagas foram fechadas. Em janeiro do ano passado, 99.694 postos foram fechados.
No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro, o País registrou o fechamento de 1.280.863 vagas formais, de acordo com os dados ajustados. Entre fevereiro do ano passado e janeiro deste ano, foram registradas 14.748.594 contratações e 16.029.457 demissões.
Desde abril, o ritmo de fechamento de postos de trabalho vem sendo menos intenso na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
METADE DOS SETORES GEROU EMPREGOS
Metade dos setores econômicos gerou empregos no mês de janeiro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
Entre os segmentos, a indústria de transformação foi a que mais gerou empregos, com saldo positivo de 17.501 postos de trabalho.
De acordo com o ministério, trata-se de uma reversão em relação a janeiro do ano passado, quando o setor fechou 16.553 vagas.
Foram destaques positivos os segmentos calçadista, têxtil, mecânica, de borracha, metalúrgica, material elétrico e comunicações, madeira e mobiliário, química e de materiais de transporte.
As demissões se concentraram em alimentos e bebidas, relacionadas à safra de açúcar, principalmente no Nordeste.
A agricultura também contratou mais do que demitiu em janeiro, com saldo positivo de 10.663 vagas. Em janeiro de 2016, o setor havia gerado 8.729 vagas. Os destaques positivos foram soja, em Mato Grosso, e frutas de lavoura permanente, no Sul do País.
Já o comércio foi o que mais demitiu empregados em janeiro, com saldo negativo de 60.075 vagas.
O fechamento ficou menor que o de janeiro de 2016, quando 69.750 vagas foram eliminadas. Os destaques negativos ficaram com o comércio varejista de vestuário e acessórios, supermercados e hipermercados e calçados e artigos de viagem.
Serviços também registraram mais demissões do que contratações, com saldo negativo de 9.525 vagas. O fechamento foi menor que o de janeiro do ano passado, quando 17.159 postos foram eliminados.
Os destaques negativos foram os ramos de transporte, comunicação, alojamento e alimentação.
A construção civil registrou saldo negativo de 775 vagas. O setor de extração mineral registrou saldo negativo de 59 vagas.
A administração pública teve saldo positivo de 671 vagas. E o setor de serviços industriais de utilidade pública (SIUP) registrou saldo positivo de 735 vagas.
Entre as regiões, Sul e Centro-Oeste geraram postos de trabalho, respectivamente 24.391 e 12.771 vagas. Nordeste, Sudeste e Norte tiveram saldo negativo de empregos, respectivamente 40.803, 30.388 e 6.835.
Noves Estados registraram saldo líquido positivo de empregos em janeiro, com destaque para Santa Catarina (11.284 vagas), Mato Grosso (10.010) e Rio Grande do Sul (8.134). Rio de Janeiro teve o pior desempenho, com fechamento de 26.472 vagas.
IMAGEM: Estadão Conteúdo