Custo de vida na Região Metropolitana de SP sobe 3,29% em 12 meses
Os serviços e produtos relacionados à saúde foram os que mais pressionaram os preços, com aumento de 6,58% no período, segundo levantamento da FecomercioSP
O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) aumentou 3,29% nos últimos 12 meses, conforme dados divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS) revelou uma variação de 0,11% em junho deste ano, representando uma desaceleração em relação aos 0,35% registrados em maio, também de 2024.
Segundo a Federação, esse aumento do custo de vida na RMSP indica uma "conjuntura de inflação ainda controlada no país", que também aponta um maior controle dos preços.
O aumento do custo de vida foi mais acentuado entre famílias de renda mais alta, com variação de 0,14% em junho, enquanto para lares de rendimento mais baixo, as taxas foram de 0,08% para a classe E e 0,07% para a classe D.
Preços por bens e serviços - Os serviços e produtos relacionados à saúde foram os que mais pressionaram os preços, com um aumento de 6,58% nos últimos 12 meses, devido a reajustes nos convênios médicos e medicamentos.
O grupo de educação também registrou alta de 6,08%, impulsionada por reajustes nas matrículas escolares. Em contraste, o grupo de artigos do lar foi o único a apresentar retração (-0,43%).
Desempenho CVCS por grupos - Em junho, o grupo de saúde continuou a puxar o CVCS para cima, com uma elevação de 0,86%. Custos de serviços como hospitalizações e exames de imagem, além de produtos farmacêuticos, foram os principais responsáveis por esse aumento.
Outras atividades que registraram altas foram despesas pessoais (0,30%), comunicação (0,14%) e educação (0,06%).
A FecomercioSP destacou que o grupo de alimentos e bebidas teve um papel central na desaceleração do CVCS em junho, com uma variação de apenas 0,01%. A queda nos preços de produtos de supermercado, especialmente frutas (-4,36%) e carnes (-0,64%), contribuiu para esse resultado, destacou a entidade.
Repasse dos custos - A Federação acredita que os preços dos alimentos estão controlados, sem sinais de repasse de custos mais altos ao consumidor, mesmo com o dólar mais caro. No entanto, reajustes nos preços da gasolina, do gás de cozinha e a mudança tarifária da energia elétrica residencial poderão impactar o indicador nos próximos meses.
O CVCS, formado pelo IPS e pelo IPV, utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e efeitos da alta de preços na RMSP em 247 itens de consumo.
IMAGEM: Paulo Pampolin/DC