Palestras atraem jovens empreendedores
O evento foi organizado pelo Fórum de Jovens Empreendedores da ACSP, com os palestrantes Fabiano Kenzo e Alessandra Andrade
O edifício da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no Centro Histórico de São Paulo, serviu de cenário para o Fórum de Jovens Empreendedores (FJE), na tarde e noite desta quarta-feira, 21/08.
Uma centena de jovens, muitos deles já com negócios em funcionamento, ou prestes a iniciar, estavam lá para ouvir as palestras sobre inovação e empreendedorismo.
O evento foi organizado pelo Comitê de Inovação e Empreendedorismo do FJE da ACSP.
Em um ambiente descontraído – com dinâmica de grupo -, eles ouviram as palestras de Fabiano Kenzo, executivo de Tecnologia da Informação e Recursos Humanos, e que atuou estrategicamente no comando das lojas Riachuelo e Caedu. E de Alessandra Andrade.
O tema de Fabiano foi “Do analógico ao digital em um mercado transacional”.
A vice-presidente de Relações com a Juventude e Inovação da ACSP, Alessandra Andrade tratou do tema “O papel do novo empreendedor no ecossistema de inovação”.
Antes do início das palestras, uma surpresa: Para quebrar barreiras e aproximar as pessoas, foi colocado um papel com trecho de letras de músicas brasileiras sob as cadeiras.
De posse da letra, a pessoa tinha de procurar outros participantes que estavam com a mesma música.
Letras de “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso, “Eu sei que vou te amar”, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, entre outras, foram algumas das canções que os jovens cantaram em grupos.
A brincadeira serviu para preparar os jovens para mais de duas horas de palestras.
Fabiano Kenzo é administrador de empresas com MBAs em varejo e marketing.
É fundador da NeoPag e iniciou a trajetória profissional aos 14 anos, desenvolvendo softwares de gestão para vários segmentos. Consolidou a carreira como executivo de TI e RH. Ele usa a tecnologia da informação como estratégia para o engajamento e inspiração das equipes em cenários sempre desafiadores.
“Para o empreendedor vencer sem sustos a barreira do analógico para o digital, o essencial é que ele mude o conceito de competição para colaboração. Afinal, nunca se constrói nada sozinho”, disse.
Fabiano lembra também que hoje “não é preciso construir muita coisa, ou seja, começar do zero. O empreendedor consegue construir soluções inovadoras usando blocos de soluções prontas. Muitos dos nossos serviços são de startups que conseguimos alugar no mercado”, garante ele.
Alessandra Andrade é formada em Administração de Empresas, com habilitação em comércio exterior pelo Mackenzie e MBA em gestão de mercado de luxo pela FAAP.
É coordenadora do FAAP Business Hub, com especializações em empreendedorismo pela Babson School, Liderança e Governança Corporativa pela London School Of Economics e Pós MBA em formação avançada para conselhos de administração (ABPW) pela Saint Paul Escola de Negócios.
“O mais importante para o empreendedor hoje é ter atitude. O jovem empreendedor vai se diferenciar de seu pai pela atitude”, disse ela, que mandou um recado para o jovem que pensa que só pelo simples fato de ter uma conta no Instagram ele já está se relacionando, fazendo networking (palavra em inglês que indica a capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou uma conexão com algo ou com alguém. Essa rede de contatos é um sistema de suporte onde existe a partilha de serviços e informação entre pessoas ou grupos que têm interesses em comum).
“Networking é sinônimo de se relacionar. Para mim, o networking tem três etapas: a pessoa primeiro te conhece, depois aprende a te respeitar e, finalmente, passa a te admirar e confiar em você. Pronto, o networking foi realizado”, ensinou.
Alessandra prega ainda que o empreendedor não pode ter medo de correr riscos.
“Empreendedor que é empreendedor corre riscos. Mas ele tem de saber o risco que ele está correndo”, diz.
COMO UM CASAMENTO
Marcela Huertas, formada em direito e ciências contábeis, é especialista em investimentos em startups.
Ela integra o grupo de diversidade no Fórum do Jovem Empreendedor.
Dá apoio ecomocional e jurídico para quem quer começar um novo negócio.
"Digo sempre que a sociedade empresarial funciona com um casamento. O óbvio tem de ser dito. Quem quer entrar em uma sociedade pergunta: Qual será o meu papel nesta sociedade? Quais serão as minhas expectativas individuais em relação aos demais sócios? Procuro equilibrar todos estes anseios. Faço reuniões, individuais e coletivas. O empreendedor tem de perguntar: Qual será a minha parcela? Quanto eu vou receber? Se eu sair da empresa e quiser colocar a minha esposa na sociedade, os outros sócios vão concordar? tudo tem de ser falado, combinado antes", alerta ela.
FOTO: Wladimir Miranda