Novas tecnologias de pagamento chegam ao varejo

Renner e Casas Bahia adotam ferramentas para mudar a experiência de compra dos clientes

Thais Ferreira
08/Abr/2016
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Novas tecnologias de pagamento chegam ao varejo

Até pouco tempo atrás, a ideia de uma carteira virtual parecia algo muito distante da realidade: uma tecnologia adotada ainda de forma experimental e apenas em países avançados.

Mas, nos últimos meses, os lojistas brasileiros começam a dar os primeiros passos para que ferramentas como essa se popularizem no país.  

A Renner – a maior varejista de moda do Brasil em faturamento – é uma das empresas que está saindo na frente com tais inovações. Desde março passado, começou a adotar uma carteira virtual no e-commerce da marca.

Essa nova tendência de pagamento começou a chamar a atenção em 2014, quando a Apple lançou o Apple Pay, uma ferramenta que prometia eliminar a carteira do bolso dos consumidores.

O dispositivo registra de forma segura os dados dos cartões e é ativado por meio de Touch ID, que realiza a identificação biométrica. Dessa forma, é possível realizar comprar com apenas um toque no celular.

A Renner está utilizando um sistema similar da MasterCard, chamado MasterPass. Inicialmente, apenas alguns consumidores que possuem o cartão de crédito da loja terão acesso a essa tecnologia. A empresa pretende posteriormente estender para um número maior de clientes e, num próximo passo, levá-la para as lojas físicas.

O MasterPass já é utilizado em cinco mil estabelecimento no país, mas a Renner é a primeira do setor de varejo a adotar a ferramenta. Outras redes como a CVC, Ricardo Eletro, C&C também estão testando o dispositivo.

A ferramenta funciona de forma similar ao Apple Pay: a carteira digital Renner MasterPass armazena todas as informações dos cartões e, com isso, a compra na loja online pode ser realizada com apenas um toque.

VALÉRIO MURTA, DA MASTERCARD: A TECNOLOGIA IRÁ MUDAR OS MEIOS DE PAGAMENTO

Os principais benefícios para os consumidores são a praticidade e a segurança. Mas essas novas ferramentas ainda geram desconfiança.

Em 2015, uma pesquisa realizada pela consultoria americana Phoenix apontou que 75% usuários da Apple Pay enfrentaram algum tipo de problema – e cerca de 47% não conseguiram realizar a operação pretendida.

Apesar disso, a tendência é que cada vez mais os pagamentos se tornem invisíveis. “É necessária uma mudança de cultura para a aceitação dessas novas tecnologias”, afirma Valério Murta, Vice-Presidente de Produtos e Soluções da MasterCard Brasil e Cone Sul. “Num futuro próximo, essas ferramentas estarão massificadas.”

Os próximos passos devem ser o da convergência entre o mundo físico e online para que todas as compras sejam realizadas por uma única ferramenta.

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LIGA E DESLIGA

Seguindo outra lógica, as Casas Bahia está apostando em uma nova tecnologia relacionada aos cartões de plásticos. Há cerca de um mês, foi lançada no Brasil a ferramenta GoGoNoGo (vai e não vai, em tradução livre), criada pela americana First Performance Global Corporation.

A empresa criou um dispositivo capaz de ligar e desligar os cartões de crédito e débito. O usuário acessa um programa por meio de smartphones, tablets ou computadores e pode rapidamente ativar ou desativar o cartão. Quando ele estiver desligado, não é capaz de realizar nenhuma transação.

A tecnologia foi desenvolvida nos Estados Unidos, mas o Brasil foi selecionado para ser o primeiro mercado a receber a ferramenta.

“A escolha aconteceu porque o país é um dos mais complexos em relação aos meios de pagamento”, afirma Reginaldo Zero, presidente da First Performance Global no Brasil. “Temos uma imensa diversidade de cartões, por isso, o país é um bom mercado para testarmos essa nova tecnologia.”

A outra razão diz respeito à magnitude das fraudes ocorridas no mercado brasileiro, que somam R$ 1,4 bilhão ao ano. De acordo com Zero, o número é 14 vezes superior ao dos Estados Unidos.

A ferramenta que liga e desliga já está disponível para os clientes das Casas Bahia que possuem cartões emitidos pelo Bradesco. Em apenas quatro semanas, a ferramenta já possui mais de 60 mil usuários. A expectativa é atingir 20 milhões em dois anos.

Imagem: Thinkstock

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