Intenção de consumo recua 0,1% em agosto ante julho, diz CNC
A queda, segundo a Confederação, é explicada pelas taxas de juros ainda elevadas e uma maior cautela quanto à evolução do mercado de trabalho
Os brasileiros ficaram ligeiramente menos propensos às compras em agosto, pelo segundo mês consecutivo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,1% em relação a julho, já descontadas as influências sazonais, para o patamar de 102,2 pontos, permanecendo assim na zona de satisfação (acima de 100 pontos). Em relação a agosto do ano passado, houve um aumento de 1,2% na intenção de consumo das famílias.
Segundo a CNC, houve expansão no número de assalariados e melhora nas condições de crédito, mas as taxas de juros permanecem elevadas e os consumidores estão cautelosos sobre evolução do mercado de trabalho.
Na passagem de julho para agosto, apenas três dos sete componentes do ICF registraram piora: emprego atual, alta de 0,4%, para 126,6 pontos; renda atual, 0,0%, aos 125,7 pontos; nível de consumo atual, -0,9%, para 88,0 pontos; perspectiva profissional, -0,2%, para 111,2 pontos; perspectiva de consumo, -1,1%, para 102,7 pontos; acesso ao crédito, 0,6%, para 93,5 pontos; e momento para aquisição de bens de consumo duráveis, 0,6%, para 68,0 pontos.
A intenção de consumo recuou entre os consumidores com renda mais baixa: no grupo com renda familiar abaixo de 10 salários mínimos mensais, houve queda de 0,2% no indicador em agosto ante julho, para 101,3 pontos.
Entre as famílias com renda mensal acima de 10 salários mínimos, a intenção de consumo ficou estável (0,0%), aos 119,2 pontos.
O componente que mede a perspectiva de consumo para os próximos meses teve uma redução de 0,7% entre as famílias de renda mais alta e queda de 1,1% entre as de renda mais baixa.
"Embora as famílias que ganham mais tenham reduzido sua intenção de consumo, são as de menor renda que enfrentam maior redução da perspectiva de consumo. Isso pode ser atribuído a uma maior seletividade no crédito, que favorece aqueles com maior capacidade de pagamento", justificou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, em nota oficial.
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