Faturamento das micro e pequenas cai 5,7% em julho
De acordo com Sebrae-SP, essa é a sétima queda seguida da receita na comparação com o mesmo mês do ano anterior

Em mais um mês de resultados ruins, as micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas registraram queda de 5,7% no faturamento real (já descontada a inflação) em julho, em relação ao mesmo período de 2014. Foi o sétimo recuo seguido nesta base de comparação.
Segundo a pesquisa Indicadores Sebrae-SP, a receita total das MPEs em julho foi de R$ 47,6 bilhões, R$ 2,9 bilhões a menos do que a de um ano antes.
A nova derrocada no faturamento das MPEs é consequência da diminuição da demanda, tanto das famílias quanto de outras empresas, já que os pequenos negócios dependem muito do mercado interno.
O fato é que a crise econômica continua deteriorando o faturamento das micro e pequenas empresas.
"Desemprego, inflação e juros em alta, famílias consumindo menos e empresas comprando menos de outras empresas compõem um cenário adverso que prejudica empreendimentos em todas as áreas”, diz Paulo Skaf, presidente do Sebrae-SP.
Em julho, o faturamento das micro e pequenas indústrias caiu 9,5% ante igual mês de 2014. Na mesma comparação, os setores de serviços e comércio apresentaram recuos de 7,3% e 3,3% na receita, respectivamente.
Segundo a pesquisa do Sebrae-SP, o Grande ABC registrou retração de 17,7% no faturamento sobre julho de 2014. O município de São Paulo teve recuo de 9,4% no mesmo período, a Região Metropolitana de São Paulo encolheu 7,9% e o interior fechou o mês com queda de 3,5% na receita.
“O enfraquecimento da atividade econômica não poupou nenhuma região do Estado de São Paulo”, diz Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
“No Grande ABC a queda foi mais acentuada porque em julho de 2014 as pequenas empresas da região tiveram um incremento de 8,2% na receita, enquanto a média do Estado teve queda de 4,6%. Essa base de comparação jogou ainda mais para baixo o resultado do Grande ABC”, explica.
No acumulado de janeiro a julho, o faturamento das MPEs paulistas caiu 11,1% na comparação com os primeiros sete meses de 2014. Neste período, as quedas por setores foram de 12,2% em serviços, de 11% no comércio e 8,8% na indústria.
EMPREGOS E RENDA
No período de janeiro a julho, as MPEs do Estado de São Paulo aumentaram em 1,9% o total de pessoal ocupado (sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados) sobre o acumulado dos sete primeiros meses de 2014.
Em sentido contrário, a folha de salários paga pelas MPEs registrou queda real de 0,8% na mesma base de comparação. O rendimento dos empregados diminuiu 1,5%, já descontada a inflação.
EXPECTATIVAS
A pesquisa também apurou, em agosto, a expectativa dos donos de MPEs paulistas quanto ao faturamento dos seus negócios, nos próximos seis meses.
Para 61% deles, haverá estabilidade na receita da empresa nos próximos seis meses. A parcela dos que esperam aumento no faturamento está menor: eram 27% em agosto de 2014 e em agosto deste ano são 18%.
A expectativa de piora é compartilhada por 10% dos proprietários de MPEs. Esse contingente era de apenas 6% em agosto de 2014.
No que diz respeito ao país, houve aumento no número de pequenos empresários que acreditam em piora da atividade econômica nos próximos seis meses. Eles representam 35% dos entrevistados, ante 22% em agosto de 2014.
PESQUISA
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2,7 mil proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
*Foto: Thinkstock