Economia paulista mostra fraqueza
Dados da Fundação Seade revelam que o PIB regional recuou 1% em janeiro, na comparação com dezembro do ano passado
A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) acaba de publicar a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) – que reflete todos os bens e serviços produzidos e consumidos em um determinado período – do Estado de São Paulo para janeiro.
Na comparação com dezembro de 2018, livre de efeitos sazonais, houve recuo de 1%, explicado principalmente pela queda da atividade industrial (-2,5%) e dos serviços (-0,4%).
O único setor que apresentou crescimento foi o da agropecuária (1,4%), porém, sua participação na geração da produção é de apenas 2,1%, de acordo com a mesma instituição.
Por sua vez, na comparação com janeiro do ano anterior, a atividade econômica do Estado de São Paulo cresceu 0,6%, impulsionada pela expansão do setor serviços, que corresponde a 76,5% do total, enquanto a indústria e a agropecuária mostraram contração (-2,8% e -0,4%, respectivamente).
Para que seja possível visualizar a tendência “pura” da atividade econômica paulista, sem interferência de “efeito calendário” e diferenças do número de dias úteis, o melhor indicador é o resultado acumulado em 12 meses, que apresenta um avanço do PIB de 1,2%, puxado principalmente pelo crescimento dos serviços (1,9%), enquanto o setor industrial manteve-se praticamente estável (0,3%) e a agropecuária sofreu retração (-2,6%).
De acordo com esse último indicador, a recuperação do PIB paulista continua perdendo força desde julho de 2018 (ver gráfico).
Essa perda de “fôlego”, que se estende pelos três principais setores produtivos, no caso da indústria se explica pelos impactos negativos da crise argentina, da desaceleração do crescimento econômico mundial e da baixa demanda interna, além da desarticulação provocada pela greve dos caminhoneiros.
Para os serviços a desaceleração decorre do alto nível de desemprego e do baixo crescimento dos salários, afetados pelo aumento da informalidade.
No caso da agropecuária, que chegou a exibir queda na produção nos dois últimos meses de 2018, pesou o clima mais adverso do ano passado, as perdas derivadas da paralização dos transportes terrestres, e intensificadas com a nova tabela de fretes, sem deixar de considerar a influência negativa do menor do consumo das famílias.
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