Black Friday: faturamento pode crescer 9,4% e chegar a R$ 9,3 bi
Entre os produtos mais buscados, as geladeiras aparecem em primeiro, seguidas por ventiladores, iPhones, TVs e tênis, segundo levantamento da FGV
A edição de 2024 da Black Friday pode atingir R$ 9,3 bilhões de faturamento. A estimativa é da Confi.Neotrust, empresa especializada em soluções de inteligência para o varejo online, e se refere ao comércio eletrônico brasileiro durante o período promocional, que vai de quinta-feira (28 de novembro) a domingo (1 de dezembro). O volume representa alta de 9,4% sobre o ano passado – em 2023, o faturamento totalizou R$ 8,5 bilhões em todas as categorias de produtos.
Entre os itens de consumo, as geladeiras lideram as buscas, seguidas por ventiladores, iPhones, TVs e tênis. O levantamento foi realizado pelo FGV/CEMD (Centro de Estudos em Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas), utilizando o software Buzzmonitor.
O Instagram se destaca como a plataforma com maior volume de menções sobre a Black Friday, concentrando 87% das interações. Segundo a FGV, a maioria das discussões é liderada por mulheres (71%). Cerca de 97% dos posts indicam otimismo generalizado em relação ao evento. Algo diferente do observado em anos anteriores, quando os consumidores se mostravam receosos quanto à real vantagem em aproveitar as promoções.
Em relação ao engajamento de grandes redes varejistas nas redes sociais, a Havan se destaca no Instagram, ocupando as três primeiras publicações com maior número de interações.
No Facebook, as marcas mais engajadas até o momento são, nesta ordem, Havan, Leroy Merlin, Pernambucanas e Magazine Luiza. Já no X, a Americanas lidera em interações. Nas buscas do Google, as 15 marcas mais procuradas pelos consumidores incluem, também pela ordem, Vivara, Casas Bahia, Amazon, Americanas, Boticário, Magalu, Mercado Livre, Claro, Kabum!, Decolar, Natura, TIM, Sephora, Azul e CVC.
A coordenadora do FGV/CEMD, Lilian Carvalho, afirma que o cenário econômico brasileiro apresenta sinais de recuperação e otimismo – impulsionado, em parte, pelo pagamento do 13º salário, que aumenta o poder de compra dos consumidores.
Itens de luxo, por outro lado, não estão no topo das listas de desejos, indicando que, embora o momento seja positivo, a busca por estabilidade e funcionalidade ainda guia as decisões de compra.
Para ela, a tendência da atual Black Friday é clara: os consumidores estão priorizando a compra de itens para o lar, como geladeiras e TVs, além de produtos de uso diário, como ventiladores e tênis. “Isso reflete uma cautela ainda presente entre os brasileiros, que, apesar das condições econômicas favoráveis, preferem investir em produtos que ofereçam utilidade prática e imediata”, afirmou Lilian.
EXPERIÊNCIA
Para Gisele Pedroso, fundadora da Agência Bloga, “é essencial que as empresas se preparem para oferecer experiência de compra clara e objetiva e captar o interesse do consumidor”.
A jornada de compra no Brasil, que leva em média 35 dias, inclui aproximadamente 49 buscas por consumidor, segundo dados da Microsoft. Os compradores tendem a fazer buscas constantes por ofertas e descontos, ampliando as chances de conversão para as marcas que investem em campanhas de longo prazo.
Para José Melchert, diretor de ADS da Microsoft Brasil, essa preparação permite que as empresas potencializem suas vendas. “As marcas também podem capturar a atenção desses usuários para um novo produto além daquele que já foi pesquisado”, afirmou.
Outra estratégia que tem mostrado resultados positivos, segundo o levantamento da Microsoft, é o investimento em campanhas full funnel – que cobrem todas as etapas de marketing, desde a conscientização da marca até a compra do produto.
Melchert reforça a relevância de uma abordagem integrada para alcançar o público em diferentes momentos de sua busca. “As marcas que combinam diferentes formatos de anúncios têm aumento significativo em conversões”, afirmou.
No setor de varejo, essa abordagem resulta em até nove vezes mais conversões em relação a estratégias que trazem apenas anúncios na busca.
A pesquisa também destaca o aumento de 6% a 13% no tíquete médio quando os consumidores são expostos a anúncios em canais variados. Os dados são de um estudo feito na América Latina, Europa, Oriente Médio e África.
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