Bares e restaurantes começam a recuperar otimismo

Pesquisa da Abrasel com empresários do setor indica que o percentual de estabelecimentos operando com rentabilidade acima de 10% cresceu no primeiro trimestre deste ano

Mariana Missiaggia
07/Jun/2017
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Bares e restaurantes começam a recuperar otimismo

Metade dos donos de bares e restaurantes acredita que o ambiente de negócios este ano será melhor do que no ano passado. Em 2016, só 10% dos empresários achavam que teriam um ano melhor do que em 2015.

Os dados divulgados pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) fazem parte da pesquisa de conjuntura econômica do setor de alimentação fora do lar.

Após um ano registrando quedas de rentabilidade, o primeiro trimestre acumula resultados mais animadores para quem empreende na área. O ticket médio, por exemplo, cresceu 8% no período.

O percentual de empresas com rentabilidade acima de 10% subiu um ponto em 2017 e atinge 18% dos empresários consultados. Já a fatia de quem opera com prejuízo caiu de 33% no quarto trimestre de 2016 para 31% nos três primeiros meses do ano.

Embora o cenário pareça negativo, Paulo Solmucci Junior, presidente da Abrasel, argumenta que os resultados da pesquisa divulgada mostram que o pior já ficou para trás.

As últimas medições mostram alguns indícios de melhora, principalmente em rentabilidade e faturamento. No terceiro trimestre de 2016, por exemplo, 40% das lojas do ramo trabalhavam com o caixa no vermelho.

A leve recuperação indicada pelo executivo pode ser justificada por dois fatores. O primeiro é o número de restaurantes que fecharam as portas. Como estavam em uma situação ruim, essas companhias puxavam o desempenho do setor ainda mais para baixo.

A estimativa da entidade é de que 150 mil, ou seja, um a cada seis restaurantes no País tenha encerrado suas atividades em 2016.

Outro motivo citado por Solmucci é a desaceleração dos custos, que pararam de pressionar os empresários.

Mesmo assim, o setor ainda está longe de atingir o patamar de normalidade.

De acordo com Solmucci, só é possível dizer o mercado está em um nível considerado normal quando mais de 50% das empresas estão com rentabilidade acima de 10% e quando apenas 5% operam com prejuízo.

CUSTO X RECEITA

Em 2016, a rentabilidade de alguns negócios foi muito prejudicada pela dificuldade imposta pela crise. Ficou mais difícil conciliar os custos com a receita. 

Houve um aumento muito grande nos custos fixos, como taxa de ocupação, salários, contas de água e luz, além da queda considerável no fluxo de clientes causada pelo desemprego e aumento da inflação.

Os dois fatores, somados a impossibilidade de aumentar os preços dos pratos, geraram uma queda acentuada na lucratividade de muitos restaurantes.

Embora não integre a porcentagem de empresas que trabalharam no vermelho no ano passado, a Patroni, rede de pizzarias com cerca de 170 restaurantes em operação registrou um aumento de apenas 5% no faturamento de 2016 em relação a 2015.

A rede segue a tendência de crescimento sugerida pela pesquisa de conjuntura da Abrasce. De acordo com Rubens Augusto, fundador da Patroni, o 1º trimestre de 2017 fechou com números positivos e em abril, houve aumento de 17% nas vendas.

A perspectiva para o consolidado é de um crescimento próximo a 12%, de acordo com o empresário. 

*FOTO: Thinkstock

 

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