Vendas nos supermercados caem mais em agosto

Queda no faturamento atingiu 4,04% ante igual mês do ano passado. Para os pequenos supermercados, as vendas caíram 2% no acumulado até agosto

Redação DC
29/Set/2015
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Vendas nos supermercados caem mais em agosto

As vendas reais dos supermercados brasileiros caíram 4,04% em agosto sobre igual mês do ano passado e 0,29% na comparação com julho, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). De janeiro a agosto, a queda foi de 0,69%.

A alta da inflação e dos juros e o medo de desemprego, principalmente, levaram os consumidores a reduzir as compras de alimentos em agosto.

Por conta da retração nas vendas, a Abras já reviu quatro vezes a projeção de desempenho do setor para este ano.

Começou 2015 com uma previsão de crescimento de 2% para o setor, depois reduziu o percentual para alta de 1%, em seguida, para alta de 0,5%. Agora, projeta queda de 0,30% no faturamento real dos supermercados neste ano em relação a 2014.

Em nota, Fernando Yamada, presidente da Abras, afirma que a expectativa é de melhora no ambiente de consumo com a proximidade das festas de final de ano.

"Estamos trabalhando com os fornecedores para ativar o consumo, especialmente em vista da proximidade das festas de final de ano, que podem trazer melhores resultados, e também para adaptar nossas vendas e toda a logística de distribuição aos novos hábitos do consumidor, que está priorizando as compras de abastecimento da casa", afirma Yamada.

PEQUENOS SUPERMERCADOS

A situação dos pequenos supermercados paulistas é ainda pior do que a das grandes redes. Álvaro Furtado, presidente do Sincovaga, sindicato que reúne 45 mil comerciantes de genêros alimentícios no Estado de Sâo Paulo, diz que, de janeiro a agosto, o faturamento real do setor caiu 2%.

"Queda de renda, desemprego e falta de confiança na economia resultam em queda de venda. O consumidor só está comprando o essencial", diz ele. Para este ano, a estimativa do Sincovaga é de queda real de 4% no faturamento real do setor.

Flávio Augusto Pandolfi, gerente do supermercado Yamato, diz que, na região em que atua, no bairro do Jabaquara, as vendas caíram entre 7% e 8% em agosto na comparação com julho.

“O consumidor está sem dinheiro. E nós estamos supermercadistas estamos comprando somente o necessário”, afirma Pandolfi. Neste semestre, diz ele, 70% das vendas do supermercado são feitas com cartão de crédito e 30% com pagamento em dinheiro. No primeiro semestre, era o contrário.

Muitos supermercados pequenos, diz ele, estão descapitalizados e, para receber antecipamente das operadoras de cartão, que, normalmente, levam 30 dias para pagar os lojistas, estão pagando taxas de 2% a 3% sobre o valor da venda.

Os pequenos supermercados, na sua avaliação, estão tentando manter um grupo de produtos em oferta, como forma de atrair os clientes para as lojas.

Mas até mesmo essas promoções estão mais difíceis de realizar. Pandolfi diz que os fornecedores de algumas marcas possuem duas listas de preços, uma para quem paga em 14 dias e outra para quem paga em 21 dias. “Não sei como algumas grandes redes estão conseguindo vender alguns produtos com preços tão baixos.”

O consumidor tem racionado a compra e tem diminuído a frequencia na loja, segundo Walter Faria, CEO do grupo Martins.

A rede de supermercado Smart, braço do grupo Martins, diz ele, registra de janeiro a agosto deste ano aumento de 8% no faturamento neste ano em relação a igual período do ano passado. Vale lembrar que a rede opera em várias regiões do país.

CESTA

O preço da cesta de itens básicos nos supermercados brasileiros caiu 0,63% em agosto, na comparação com julho, de acordo com a Abrasmercado, cesta composta por 35 produtos de grande consumo pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa Abras.

O preço total da cesta saiu de R$ 414,40, em julho, para R$ 411,40 em agosto. Já na comparação com agosto de 2014, o preço da cesta subiu 11,93%.

Entre as maiores altas do mês passado estão itens como pernil, que subiu 5,29%, e queijo prato, com alta de 4,99%. Já as maiores quedas foram lideradas por batata, com recuo de 16,58%, e tomate, com queda de 15,45%.

Com Estadão Conteúdo

Foto: Estadão Conteúdo

 

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