Vendas no varejo tiveram a maior queda em 2016, diz IBGE

O recuo de 6,2% nas vendas do comércio varejista registrado no ano passado foi o mais acentuado da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2001

Estadão Conteúdo
14/Fev/2017
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Vendas no varejo  tiveram a maior queda em 2016, diz IBGE

Todas as atividades avaliadas registraram perdas, sendo que seis delas também tiveram as quedas recordes.

O setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma retração de 3,1% em 2016, maior impacto sobre o total do varejo. Foi o pior resultado para o segmento desde 2003, quando caiu 4,8%.

Segundo o IBGE, a perda da renda real dos trabalhadores e o aumento de preços dos alimentos em domicílio foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do setor.

Os demais resultados foram: Móveis e eletrodomésticos (-12,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,5%); Combustíveis e lubrificantes (-9,2%); Tecidos, vestuário e calçados (-10,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,1%); Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-12,3%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,1%).

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, a queda de 8,7% nas vendas no ano passado, também foi a mais acentuada da série histórica, iniciada em 2004.

LEIA MAIS: Em janeiro, vendas recuaram 4,2%

As vendas de veículos, motos, partes e peças despencaram 14,0%, enquanto a de Material de construção recuou 10,7%.

De acordo com o IBGE, a diminuição do ritmo de financiamentos, a elevação da taxa de juros e a restrição orçamentária das famílias foram fatores que prejudicaram as vendas do varejo ampliado em 2016.

MÉDIA MÓVEL

O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito caiu 0,5% em dezembro, divulgou o IBGE. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o índice de média móvel trimestral das vendas teve ligeira queda de 0,1% em dezembro.

ESTADOS

O comércio varejista mostrou redução no volume de vendas em 26 das 27 Unidades da Federação em 2016, de acordo com a PMC.

O único Estado a escapar do vermelho foi Roraima, com avanço de 1,2% em relação a 2015. As perdas mais intensas do ano foram registradas no Pará (-13,1%), Rondônia (-12,3%) e Bahia (-12,1%).

No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, também houve perdas em 26 as 27 Unidades da Federação, com destaque para Amapá (-16,3%), Espírito Santo (-15,0%), Pará (-14,0%) e Tocantins (-13,1%).

Roraima, com avanço de 0,7%, foi o único estado que mostrou avanço nas vendas em 2016 também no comércio varejista ampliado.

BLACK FRIDAY

As promoções da Black Friday ocorridas em novembro levaram parte dos consumidores a antecipar as compras de Natal, o que explica o recuo de 2,1% nas vendas do varejo em dezembro após uma alta de 1,0% no mês anterior.

Como consequência, o desempenho registrado pelo comércio em dezembro foi o pior para o mês de toda a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2001 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Foi o pior mês de dezembro, mostrando realmente as vendas mais negativas em 2016, mais até do que em 2015, com influência da antecipação de compras mas também da conjuntura desfavorável", diz Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Segundo Isabella, a Black Friday tem ajudado a aumentar as vendas em novembro há cinco anos. 

"A partir de 2011, a distância entre os patamares de vendas de novembro e dezembro vão diminuindo. Novembro está se confirmando como mês de antecipação (de compras). É basicamente promoção de comércio eletrônico".

"Com o passar dos anos, mais jovens vão entrando no mercado consumidor e usando o comercio eletrônico. Não é igual ao comércio físico, mas vai se aproximando", diz. 

Foto: Thinkstock

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