Shopper inaugura sua primeira loja física

Lojinha da rede foi aberta na rua Pamplona, em São Paulo, e segue o estilo de um mercado de proximidade. Plataforma ficou conhecida por realizar entregas de supermercados em domicílio e prometer preços mais baixos

Mariana Missiaggia
21/Jan/2025
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Shopper inaugura sua primeira loja física

Do e-commerce para o mundo físico, a Shopper inaugurou a sua primeira loja de rua, nos Jardins, em São Paulo, com produtos básicos de conveniência, hortifrúti, pagamento rápido por self-checkout e cabines para pets.

Conhecida como um supermercado on-line, a estratégia da plataforma foi se lançar com um espaço similar ao de concorrentes, como a Oxxo, Pão de Açúcar Minuto e Carrefour Express. O diferencial, no caso da “Lojinha da Shopper”, é tentar se destacar pela experiência.

A vitrine de pães, os cestos de frutas, verduras e legumes e alguns vasos de flores naturais voltados para a calçada tentam atrair quem passa por ali também pelo frescor dos produtos e boa aparência, que nesses mercados de conveniência costumam ser raridade.

Embora seja pequena, a loja aposta em um bom sortimento de produtos, como saladas pré-prontas e frutas picadas para consumo imediato. Logo na entrada, o cliente encontra cabines específicas para deixar os pets enquanto as compras são feitas, e na saída, o pagamento pode ser feito apenas por self-checkouts, tornando a operação mais enxuta e tecnológica.

Na avaliação de Marcus Marques, especialista em gestão empresarial e fundador do Grupo Acelerador, entender o momento certo de abrir uma loja física pode, além de trazer riqueza de dados para o negócio, também aumentar a confiança do cliente na compra e criar uma relação com a marca, pois a loja física é um elemento essencial no varejo.

Pensando na concorrência, Marques diz que a força do ambiente físico, como o contato humano e a experiência sensorial, são importantes para complementar as vantagens do digital. E essa combinação, segundo o especialista, quando bem executada, transforma a loja física em uma peça estratégica capaz de superar até mesmo as grandes plataformas digitais.

Porém, existem os desafios da execução, do abastecimento e, principalmente, da experiência, que precisam acontecer com excelência. Para Marques, ver uma loja somente com self-checkouts traz a visão de que, desde o início, a rede está focada em eficiência operacional.

Para a consultora de negócios Uana Amorim, a interação direta com vendedores pode criar um atendimento personalizado, algo que o comércio eletrônico ainda luta para replicar. As lojas físicas oferecem um ambiente onde os consumidores podem construir uma conexão emocional com a marca, algo que muitas vezes se perde nas transações on-line.

"O importante é ter um olhar diferente para as operações. Nem sempre o que mais vende no online é o que vai vender na loja física e a gestão de estoque pesa muito nos custos operacionais. Quando o cliente vai até a loja física, o tíquete médio pode aumentar e, por isso, é importante mapear bem esses interesses", diz Uana.

AQUISIÇÃO PELO IFOOD

Há três meses, o iFood comprou uma participação minoritária da Shopper, porém, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda vai julgar a operação. A Superintendência-Geral do órgão chegou a aprovar a compra sem restrições no início de novembro de 2024.

A notícia mais recente é de que o caso precisaria ser analisado mais profundamente pelo tribunal. O processo é relatado pelo conselheiro José Levi e estava pautado para a sessão do dia 11 de janeiro de 2025. Entretanto, a pedido do relator, a análise pelo tribunal foi adiada e ainda não tem nova data apresentada.

Com essa aquisição, o iFood, que praticamente dominou o mercado de delivery de restaurantes, ganhará um reforço de peso para disputar também a preferência dos consumidores pelas compras de supermercados.

A Shopper foi fundada em 2015 por Fábio Rodas e Bruna Vaz. O negócio já captou mais de R$ 300 milhões e seus principais investidores são o Fundo Soberano de Cingapura (GIC), o FJ Labs, o Minerva Foods, o 4Equity e o Quartz, de José Galló (ex-Renner).

A origem do negócio é o reabastecimento de itens de consumo doméstico de forma automática, a partir de uma cesta de produtos definida pelo usuário, que é entregue em domicílio mensalmente mediante agendamento de data e hora.

No fim de 2023, a Shopper tinha mais de 1 milhão de consumidores cadastrados e conta com uma operação própria e exclusiva para o Estado de São Paulo, em mais de 120 cidades e 12 mil itens à venda. Ao contrário da concorrência, a plataforma tem seus próprios centros de distribuição e negocia produtos diretamente com a indústria.

No digital, são três modelos de negócios: a compra programada, em que os clientes já determinam uma lista e a frequência com que ela será entregue; o programa fresh para hortifruti, leite e carnes; e a compra única que pode ser feita a qualquer momento.

Hoje, Amazon, Magalu, Uber e Mercado Livre contam com operações semelhantes on-line. Já o iFood opera em parceria com os principais varejistas, como Carrefour e Pão de Açúcar.

 

IMAGEM: divulgação

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