Retração é cada vez menor no varejo paulistano
Em outubro as vendas a prazo e à vista caíram, em média, 6,9% sobre igual mês de 2015. Expectativa é que ano termine com recuo de 5%

Apesar de terminar o mês de outubro com um saldo positivo de vendas na comparação com setembro, o varejo paulistano ainda está a uma boa distância da recuperação.
Quando se compara as vendas de outubro com as realizadas no mesmo mês de 2015, houve uma queda média de 6,9% nas operações à vista e a prazo, segundo o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Neste período, as vendas à vista recuaram 9,1% e as parceladas caíram 4,7%.
Essa retração menor também ocorreu devido à fraca base de comparação com outubro do ano passado, quando o varejo paulistano recuou 16,1% - ante igual mês de 2014.
A estimativa da entidade é que este ano termine com um recuo médio nas vendas de 5%.
“A recessão lentamente perde força. A queda de juros foi pequena - e muito recente - para fazer efeito. O importante é que a expectativa é positiva e devemos observar estabilização e crescimento nos números no ano que vem”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
O pior da crise já passou, mas o cenário é de recuperação gradual para o varejo. Até mesmo porque os juros, mesmo depois do corte de 0,25 ponto percentual, continuam elevados, o desemprego persiste e o crédito está escasso, segundo Emilio Alfieri, economista da ACSP.
SALDO POSITIVO EM OUTUBRO
No mês passado, as vendas à vista e a prazo cresceram em média 9,30% na comparação com setembro.
Os números mostram que no mês das crianças, os itens de pequeno valor como roupas e brinquedos, geralmente pagos no ato, foram mais consumidos. As vendas à vista no mês cresceram 13,30%, puxando a média mensal do mês para cima.
Já as vendas parceladas cresceram menos, apenas 5,3% na comparação com setembro. Esses itens dependem de crédito, que continua restrito.
O resultado mensal de outubro parece positivo, mas o crescimento médio nesse confronto mensal foi de 14,5% nos últimos três anos, de acordo com a série histórica da ACSP.
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