Região Sudoeste supera a metrópole em avanço de empresas
Nos últimos dez anos, Morumbi e Vila Sonia puxaram o crescimento no número de estabelecimentos comerciais e de serviços. Com isso, a região deu um salto de 31% ante 23% da capital paulista
No espaço de uma década, a região Sudoeste da capital paulista assistiu a um crescimento vigoroso do número de empresas -a maioria dos setores de comércio e serviços.
De acordo com levantamento conduzido pela Cognatis Big Data Geomarketing para o Diário do Comércio, o número de empresas na região avançou de 27,9 mil em 2008 para atuais 36,5 mil -um salto de 31% ante 23% no município de São Paulo, puxado principalmente pelo Morumbi.
O número de empresas nesse distrito saltou de 4,8 mil para atuais 7,1 mil em dez anos -crescimento de 48%, seguido por Vila Sonia (38%).
Segundo levantamento da consultoria Geografia de Mercado, preponderam na região Sudoeste empresas de serviços (5,2 mil), seguidas por estabelecimentos comerciais (3,7 mil), entre eles redes como McDonald´s, Riachuelo, Pernambucanas, além de 85 agências bancárias. Juntos, empregam 176,3 mil funcionários.
“É também no Morumbi que cresceu o maior número de empregos formais”, afirma Reinaldo Gregori, presidente da Cognatis. No período, o contingente de vagas aumentou acima de 45% e atingiu 55 mil, tornando a região mais fortalecida neste quesito em relação ao restante da metrópole.
Com um potencial de consumo estimado em R$ 17,124 bilhões anuais pela Geografia de Mercado, toda essa transformação é acompanhada dia a dia pela Associação Comercial de São Paulo, por meio de sua distrital.
À frente dela está Ricardo Aparecido Granja dos Santos, ex-diretor de relações institucionais e de comunicação do São Paulo Futebol Clube, que tem como hobby a criação de cães da raça Rottweiler, para exposição. Começou a trabalhar aos 14 anos de idade.
“Um conhecido, que era dono de açougue, me deu a oportunidade de trabalhar em seu comércio. Cortava carne e ajudava no atendimento aos clientes”, recorda.
Os contatos diários que tem com os comerciantes da região lhe dão a convicção de que os empreendedores estão desanimados.
“Todos estão preocupados. A crise econômica não acaba. Mas eu acredito no Bolsonaro. Ele está no poder há pouco tempo, há menos de seis meses. Este governo vai recuperar o tempo perdido nas administrações passadas”, afirma ele, que também foi diretor superintendente da distrital de Pinheiros.
ESPERANDO OS CLIENTES
Com a lenta retomada da economia, na avenida Vital Brasil, uma das principais vias comerciais da região, a maioria dos comerciantes mostra desalento.
Adelaide Maria Rodrigues, gerente da Lojas Mel, diz que nem a estratégia de fazer promoções e baixar os preços tem dado resultados.
“As vendas caíram muito. As pessoas entram, olham e vão embora. Fazemos tudo para satisfazer a clientela, mas a situação não está nada fácil”, afirma.
A Lojas Mel tem unidades em todo o estado de São Paulo. Suas lojas vendem liquidificador, papelaria, decoração, cama, mesa e banho. “E aceitamos cartões, de crédito e de débito”, diz Adelaide.
O cenário não era diferente em outras lojas visitadas pela reportagem do Diário do Comércio. O Supermercado Padrão é uma exceção. De acordo com o gerente Valdir Siqueira Lopes, o movimento continua bom.
“Nossa clientela não diminuiu. O setor de alimentação tem uma boa movimentação. O mesmo acontece com os outros setores, como a papelaria e o bazar”, afirma.
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