Realizada no Japão, Expo 2025 tenta antecipar o futuro
Evento é conhecido por apontar os avanços tecnológicos da humanidade e foi o primeiro a apresentar um telefone celular ao mundo, além de dar origem a monumentos como a Torre Eiffel. Edição atual foi tema da reunião do CECIEx

A Expo Universal de 2025 abriu as suas portas na cidade japonesa de Osaka, em 13 de abril, para apresentar ao mundo soluções, novidades tecnológicas, descobertas científicas e inovações para os desafios urgentes da sociedade. Nesta edição, com o tema central Designing Future Society for Our Lives (Projetando a Sociedade Futura para Nossas Vidas), a expectativa é que cerca de 28 milhões de visitantes passem pelo evento ao longo dos seis meses de duração, com 160 países participantes.
A primeira Exposição Universal aconteceu em Londres, em 1851, como uma vitrine de técnicas, conhecimentos e culturas diversas do mundo. O Brasil participa como expositor desde 1862. As edições do evento em Xangai (2010), em Milão (2015) e em Dubai (adiada de 2020 em virtude da pandemia para 2022), contaram com pavilhões brasileiros modernos e interativos, que ofereceram experiências imersivas aos visitantes.
Nesta terça-feira, 22/4, o CECIEx (Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras), parceiro da SP Chamber of Commerce da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), reuniu um grupo de especialistas para discutir a relevância da Expo 2025 para o empresariado. Alfredo Cotait Neto, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), destacou que as Exposições Mundiais têm sido importantes para acelerar inovações e, de uma forma positiva e inevitável, encorajam a concorrência, com todos os países se esforçando para dar o melhor de si perante o mundo.
"Além de apostar nas inovações a partir da inteligência artificial (IA) e nos pavilhões sobre saúde, considero que esse intercâmbio humano fortalece os laços entre os países no que tange à ciência, tecnologia e inovação, além de ampliar o comércio e os investimentos", disse Cotait.
Também participaram da reunião o embaixador Nelson Antonio Tabajara de Oliveira, Chefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores (ERESP), Damaris Eugenia Avila da Costa, presidente do CECIEx, Tetsuya Inoue, Presidente do Japan External Trade Organization (JETRO), Maurício Manfré, Assessor Especial de Relações Internacionais da ACSP, e Angela Gandra, Secretária Municipal de Relações Internacionais.

Em sua apresentação, Tetsuya apontou que um dos destaques da exposição será o Grand Ring, uma estrutura de madeira hinoki e cedro japonês projetada pelo arquiteto Sou Fujimoto - com uma circunferência de dois quilômetros, o anel simboliza a união dos povos e irá cercar dezenas de pavilhões. O projeto, avaliado em US$ 1,3 bilhão, é inspirado nas técnicas tradicionais japonesas de construção.
As exposições universais são conhecidas por mostrar os avanços tecnológicos da humanidade e, ocasionalmente, têm impactos de longo alcance não apenas no ambiente construído, mas também na vida econômica e cultural de suas cidades-sede.
Algumas edições já deram origem a monumentos como a Torre Eiffel, que foi construída entre janeiro de 1887 e março de 1889. Sua inauguração oficial, no dia 31 de março de 1889, aconteceu na abertura da Exposição Universal de Paris. A torre serviu como o arco de entrada, e o ícone da feira que atraiu quase 2 milhões de visitantes. Naquela época, a torre era a estrutura mais alta do mundo e estava destinada a durar apenas o período da exposição. Entretanto, ainda se destaca como uma das obras de arquitetura mais icônicas do mundo.
Outro exemplo se deu na Exposição do Século 21 de 1962, em Seattle, nos Estados Unidos. Até hoje, a ocasião é apontada como um momento de lucro, e alguns até creditam ao evento a revitalização da economia e do desenvolvimento cultural da cidade. A feira resultou na construção da Space Needle, uma torre de observação que se tornou ícone da cidade, e do Monotrilho Alweg, que funciona até hoje.
"O contexto mostra movimentos de infraestrutura pública na utilização de tecnologia para receber a exposição que resultaram em uma melhoria para a vida da cidade", disse Tetsuya.
Ele ainda recordou que foram em edições das Exposições Universais que os aparelhos de telefone celular e máquinas de lavar foram apresentados ao público pela primeira vez, ainda sem imaginar que os itens fariam parte do cotidiano global.
Outro ponto citado é que o ano de 2025 marca a celebração dos 130 anos de relações diplomáticas entre Japão e Brasil. O Japão é um dos principais parceiros do Brasil na Ásia, sendo o 9º principal destino das exportações brasileiras e o 12º maior investidor no território brasileiro. Atualmente, cerca de 2,7 milhões de descendentes de japoneses vivem no Brasil e cerca de 210 mil brasileiros residem no Japão.
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