Produção industrial fica estável em janeiro e interrompe série de quedas

Três das quatro grandes categorias econômicas e 18 dos 25 ramos industriais pesquisados registraram resultados positivos no mês, com destaque para máquinas e equipamentos (6,9%) e veículos automotores (3,0%)

Redação DC
11/Mar/2025
  • btn-whatsapp
Produção industrial fica estável em janeiro e interrompe série de quedas

A produção industrial do país ficou estável na passagem de dezembro de 2024 para janeiro de 2025, na série com ajuste sazonal, interrompendo três meses de taxas negativas consecutivas, período em que acumulou perda de 1,2%.

Na comparação com janeiro de 2024, a indústria cresceu 1,4%, registrando o oitavo resultado positivo consecutivo na variação interanual.

O índice acumulado dos últimos doze meses avançou 2,9%, mostrando taxa positiva, mas reduzindo o ritmo de crescimento frente aos resultados dos meses anteriores.

Em janeiro de 2025, três das quatro grandes categorias econômicas e 18 dos 25 ramos industriais pesquisados registraram resultados positivos. Entre as atividades, as influências positivas mais importantes foram assinaladas por máquinas e equipamentos (6,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%).

Outras contribuições positivas vieram de produtos de borracha e de material plástico (3,7%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (9,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,8%), de produtos diversos (10,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,3%), de móveis (6,8%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (5,0%) e de produtos alimentícios (0,4%).

Por outro lado, entre as seis atividades que apontaram redução na produção, a de indústrias extrativas (-2,4%) exerceu o principal impacto em janeiro de 2025 e interrompeu dois meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou ganho de 0,5%.

O IBGE destaca também as contribuições negativas registradas pelos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,2%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%).

Segmentos

Ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, bens de capital (4,5%) e bens de consumo duráveis (4,4%) apontaram os resultados positivos mais acentuados em janeiro de 2025 e interromperam dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumularam perdas de 4,1% e 4,3%, respectivamente.

O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (3,1%) também assinalou crescimento nesse mês, após acumular queda de 5,5% nos três últimos meses de 2024.

Por outro lado, o segmento de bens intermediários, ao recuar 1,4%, mostrou a única taxa negativa em janeiro de 2025 e eliminou o avanço de 0,5% verificado no mês anterior.

Produção Industrial

Grandes Categorias Econômicas Janeiro 2025 / Dezembro 2024* Janeiro 2025 / Janeiro 2024 Acumulado Janeiro-Janeiro Acumulado nos Últimos 12 Meses
Bens de Capital 4,5 8,2 8,2 9,6
Bens Intermediários -1,4 0,3 0,3 2,1
Bens de Consumo 3,6 2,2 2,2 3,5
Duráveis 4,4 16,6 16,6 11,7
Semiduráveis e não Duráveis 3,1 -0,1 -0,1 2,1
Indústria Geral 0,0 1,4 1,4 2,9

*série com ajuste sazonal // Fonte: IBGE

 

Média móvel trimestral

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação negativa de 0,3% no trimestre encerrado em janeiro de 2025 frente ao nível do mês anterior, após também registrar perda em dezembro de 2024 (-0,4%).

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens intermediários (-0,5%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,5%) assinalaram as taxas negativas em janeiro de 2025, com a primeira interrompendo a trajetória ascendente iniciada em maio de 2024; e a segunda marcando o quinto mês seguido de queda, período em que acumulou redução de 4,3%.

O setor produtor de bens de consumo duráveis assinalou variação nula (0,0%) nesse mês, após registrar 0,1% em dezembro, -0,2% em novembro e 0,0% em outubro de 2024.

Por outro lado, o segmento de bens de capital (0,1%) apontou o único resultado positivo em janeiro de 2025, após mostrar queda de 0,9% em dezembro de 2024, quando interrompeu três meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou ganho de 2,3%.

Comparação com janeiro de 2024

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial assinalou expansão de 1,4% em janeiro de 2025, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 25 ramos, 56 dos 80 grupos e 58,8% dos 789 produtos pesquisados.

Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (13,4%), máquinas e equipamentos (14,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (14,5%).

Por outro lado, ainda na comparação com janeiro de 2024, entre as oito atividades que apontaram redução na produção, indústrias extrativas (-5,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,8%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria.

Por segmento, na comparação com janeiro de 2024, bens de consumo duráveis (16,6%) e bens de capital (8,2%) assinalaram, em janeiro de 2025, as taxas positivas mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas.

O setor produtor de bens intermediários (0,3%) também mostrou crescimento na produção nesse mês, mas apontou avanço menos elevado do que o verificado na média da indústria (1,4%).

Por outro lado, o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) assinalou o único resultado negativo em janeiro de 2025.

Bens de consumo duráveis - O setor produtor de bens de consumo duráveis, ao crescer 16,6% em janeiro de 2025 frente a igual período do ano anterior, marcou a oitava taxa positiva consecutiva. O setor foi impulsionado, em grande medida, pela maior fabricação de automóveis (17,7%).

O IBGE destaca também os avanços registrados por eletrodomésticos da “linha branca” (17,9%) e da “linha marrom” (1,6%), motocicletas (16,5%) e pelos grupamentos de outros eletrodomésticos (34,4%) e de móveis (11,4%).

Bens de capital - A produção de bens de capital mostrou expansão de 8,2% em janeiro de 2025 frente a igual período do ano anterior, décima taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação.

Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado, principalmente, pelos avanços observados nos grupamentos de bens de capital para fins industriais (10,2%) e para equipamentos de transporte (6,2%)

Bens intermediários - Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens intermediários mostrou variação positiva de 0,3% em janeiro de 2025, oitava taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, mas a menos elevada dessa sequência.

O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de máquinas e equipamentos (18,7%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (8,0%), de produtos têxteis (20,9%), de metalurgia (4,1%), de produtos de metal (7,4%), de produtos químicos (4,0%), de produtos de minerais não metálicos (4,2%), de produtos de borracha e de material plástico (4,1%) e de produtos alimentícios (2,0%).

Já as pressões negativas foram registradas por indústrias extrativas (-5,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,4%) e celulose, papel e produtos de papel (-2,7%).

Bens de consumo semi e não duráveis - O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis mostrou variação negativa de 0,1% no índice mensal de janeiro de 2025 e marcou o terceiro mês seguido de queda na produção, mas com o recuo menos acentuado dessa sequência.

O desempenho negativo nesse mês foi explicado, principalmente, pelo recuo observado no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-1,2%), pressionado, em grande parte, pela menor produção de sucos concentrados de laranja, cervejas e chope, sorvetes e picolés, óleo de soja refinado, bombons e chocolates em barras, açúcar refinado de cana-de-açúcar, preparações em pó para elaboração de bebidas e leite esterilizado/UHT/Longa Vida.

 

IMAGEM: Volkswagen/divulgação

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

 

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Rodrigo Garcia, da Petina, explica a digitalização do comércio popular de São Paulo

Rodrigo Garcia, da Petina, explica a digitalização do comércio popular de São Paulo

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis

Conversamos com Thaís Carballal, da Mooui, às vésperas da abertura de sua primeira loja física