Pelo ralo: avaliação do governo Lula afunda e já é pior que a da gestão Bolsonaro

Pesquisa Genial/Quaest mostra que a desaprovação ao governo petista, que era de 49% em janeiro, passou para 56% no mês de março. No Nordeste, reduto eleitoral de Lula, a desaprovação passou de 37% para 46%

Estadão Conteúdo
02/Abr/2025
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Pelo ralo: avaliação do governo Lula afunda e já é pior que a da gestão Bolsonaro

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 2/4, mostra que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cair e atingiu o pior patamar desde o início da gestão em janeiro de 2023.

O índice de desaprovação, que era de 49% em janeiro, passou para 56% no mês de março. A aprovação, por sua vez, caiu de 47% para 41%. O novo levantamento também mostra que 3% não souberam responder.

A pesquisa da Genial/Quaest entrevistou presencialmente 2.004 eleitores de 120 municípios entre os dias 27 e 31 de março. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.

Já em relação à avaliação do governo, 41% consideram negativa a gestão de Lula (em janeiro, eram 37%), 27% avaliam como positiva (em janeiro, eram 31%) e outros 29% apontam o Executivo como regular (em janeiro, eram 28%). Outros 3% não souberam responder.

A pesquisa da Genial/Quaest também separou os entrevistados em grupos. Os que mais desaprovam o petista são os evangélicos (67%), os que ganham mais de cinco salários mínimos (64%) e os que possuem até o ensino médio completo (64%) e os eleitores que possuem entre 16 e 34 anos (64%).

Os únicos grupos onde a aprovação é maior que a desaprovação são os que possuem até o ensino fundamental completo (55%), os que ganham até dois salários mínimos (52%) e os maiores de 60 anos (50%).

Entre os próprios eleitores

A aprovação do presidente também caiu entre os eleitores que votaram nele no segundo turno da eleição presidencial de 2022. A avaliação positiva teve uma queda de nove pontos porcentuais, saindo de 81% para 72%.

Já o índice negativo cresceu outros nove pontos porcentuais, passando de 17% para 26%. Outros 2% não souberam responder.

Com os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), a desaprovação passou de 88% para 92%. A aprovação caiu de 10% para 7% e 1% dos eleitores não soube responder.

Entre os que votaram nulo, a rejeição passou de 55% para 62%, enquanto a aceitação de 38% caiu para 31%. Os que não responderam somam 7%.

Comparação com a gestão Bolsonaro

A pesquisa mostra ainda que 43% dos eleitores acham a gestão do petista pior do que a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os que acham o atual mandato melhor que a do capitão reformado são 39%. Para 15%, os dois são iguais e 3% não souberam responder.

O cenário mudou em relação à última pesquisa feita pela Genial/Quaest em dezembro sobre o tema. Naquele levantamento, 42% achavam o governo de Lula melhor que o de Bolsonaro, enquanto 37% preferiam o do ex-presidente. Os que achavam as gestões iguais eram 20% e outros 3% não souberam responder.

Piora no Nordeste

A aprovação do presidente atingiu o pior índice na região Nordeste, importante reduto petista que foi essencial para a vitória de Lula na eleição de 2022. No segundo turno, ele teve quase 13 milhões de votos a mais do que o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em janeiro, a aprovação de Lula na região era de 59%, mas o índice caiu sete pontos porcentuais, chegando em 52%. A desaprovação, por sua vez, cresceu nove pontos, de 37% para 46%. Outros 2% não souberam responder.

A região em que Lula tem o pior índice é a Sul, onde 64% desaprovam e 34% aprovam o petista. No Centro-Oeste, os que aprovam são 52%, enquanto outros 44% desaprovam. Na Região Sudeste, onde está concentrado 42% do eleitorado brasileiro, a desaprovação saltou de 59% para 64%. A aprovação, por sua vez, caiu de 42% para 37%. Os que não responderam somam 3%.

Caminho errado

A parcela dos entrevistados que avalia que o país está na direção correta caiu de 39% para 36%. Não souberam ou não responderam, 8%.

A pesquisa registrou aumento de 17 pontos porcentuais entre os entrevistados que avaliam que a economia piorou nos últimos 12 meses: de 39% em janeiro, o grupo passou a 56% agora. Houve melhora para 16% e outros 26% consideram que o cenário econômico ficou do mesmo jeito.

Ainda na economia, 53% responderam que está mais difícil conseguir emprego hoje do que há um ano, aumento de oito pontos porcentuais. A variação foi a mesma no sentido contrário: há três meses, 43% consideravam que estava mais fácil conseguir um emprego, porcentual que agora é de 35%.

Também houve piora quando o tema foi o preço dos combustíveis. Para 70%, o produto ficou mais caro nos postos no último mês, crescimento de 13 pontos porcentuais na comparação com janeiro, quando 57% disseram que o preço havia subido.

Outro grupo que aumentou foi o daqueles que viram os alimentos ficarem mais caros em março. O porcentual chegou a 88%, ante 83% na rodada anterior. Apenas 6% responderam que os preços caíram; eram 22% em outubro do ano passado.

As contas de luz e água subiram para 65%; 28% consideraram que não houve alteração e 5% viram redução.

No geral, 81% consideram que o poder de compra dos brasileiros é menor hoje do que há um ano e 9% responderam que é maior, mesmo porcentual que avalia que não houve mudança.

Apesar do resultado, 44% esperam que a economia melhore nos próximos 12 meses, contra 34% que aguardam uma piora e 19% projetam que vai ficar do mesmo jeito.

Violência

A violência é foco de maior preocupação do brasileiro atualmente, de acordo com a pesquisa. Os altos índices de criminalidade fizeram com que 29% dos entrevistados apontassem o problema como o maior no Brasil atual. Na pesquisa anterior, eram 26% os que citaram a violência como principal preocupação.

As citações à área têm se ampliado durante toda a série histórica do levantamento. Em dezembro de 2023, por exemplo, eram 10% os que citavam a violência. O índice saltou para 19% em julho do ano passado até atingir o índice de 29% agora.

Em segundo lugar na pesquisa Genial/Quaest sobre as preocupações dos brasileiros, as questões sociais foram citadas por 23%, índice idêntico ao do levantamento anterior.

Na sequência aparece a economia, lembrada por 19%. Neste caso, o índice oscilou dois pontos para baixo, após pontuar com 21% nos levantamentos de dezembro do ano passado e janeiro deste ano.

Completam o levantamento as áreas de saúde, citada como preocupação por 12% dos brasileiros, a corrupção, lembrada por 10%, e a educação, apontada por 7% dos entrevistados na edição atual do levantamento.

 

IMAGEM: Ricardo Stuckert/PR (tratamento: DC)

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