Pandemia despertou o interesse por uma vida mais saudável
Pesquisa do Instituto Semeia mostra que os brasileiros pretendem estar mais em contato com a natureza no pós-pandemia
A pesquisa “Parques e a Pandemia - Comportamentos e Expectativas”, produzida pelo Instituto Semeia, revela que os brasileiros pretendem passar mais tempo em contato com a natureza e ter uma alimentação mais saudável. Esse comportamento, segundo o estudo, foi estimulado pela pandemia de covid-19.
O levantamento, feito com 1.541 entrevistados nas 10 principais regiões metropolitanas brasileiras, mostra que 46% dos entrevistados pretendem estar mais em contato com a natureza, 46% querem ter uma alimentação mais saudável, 43% esperam frequentar praças e locais ao ar livre e 43% querem conviver mais com familiares e amigos.
A pandemia, portanto, intensificou a preocupação com a saúde e a valorização de atividades ao ar livre. “Essas mudanças de comportamento e atitude podem representar uma oportunidade para os parques, na medida em que parcelas da população passam a reconhecer sua importância na implementação ou ampliação das práticas desses novos estilos de vida”, diz o diretor-presidente do Instituto, Fernando Pieroni.
EXPECTATIVAS PARA O PÓS-PANDEMIA
Segundo o levantamento, entre aqueles que já visitaram parques naturais (66% da população), 57% pretendem frequentá-los mais do que faziam antes da pandemia.
Entre os que nunca tiveram a experiência de visitar um parque natural (34% da população), 65% dizem que tentarão fazê-lo ao final da pandemia.
Também é bastante significativo o impacto da pandemia na intenção de frequência a parques urbanos. Entre os que já visitaram esses equipamentos (85% da população), 48% pretendem intensificar as visitas e apenas 7% consideram diminuir as idas quando a pandemia terminar.
Já entre os que nunca visitaram um parque urbano (15% da população), prevalece a incerteza e a dúvida sobre como agirão em relação a essa questão: 59% não sabem ainda o que pretendem fazer.
Nesse mesmo grupo, 28% vão tentar visitar um equipamento desse tipo.
IMPACTO DA PANDEMIA NA FREQUÊNCIA EM PARQUES
O estudo também avaliou qual foi o impacto da pandemia na visitação de parques naturais e urbanos. Enquanto a frequência em parques naturais sofreu uma drástica queda, os parques urbanos mantiveram o nível de visitação.
Entre 2019 e 2021, o percentual de pessoas que havia feito sua última visita a um parque natural nos últimos 12 meses passou de 53% para 27%. Já em relação aos parques urbanos, antes e durante a pandemia, não há mudanças significativas: o percentual dos que visitaram o parque ao menos uma vez ao ano passou de 55% para 52% no período.
UMA NOVA RELAÇÃO
Os dados indicam que os desdobramentos da pandemia têm potencial de mudar a relação das pessoas com os parques e outras áreas verdes. Nesse sentido, o relatório apresenta três aspectos para reflexão e possíveis ações dos agentes que lidam com esta temática.
Em primeiro lugar, com a crise sanitária, as questões ligadas a saúde, alimentação saudável, contato com o verde e vida ao ar livre entraram mais intensamente na vida de muitas pessoas.
Além disso, os parques podem contribuir com soluções para recuperar e manter a saúde física e mental das pessoas no pós-pandemia por meio do contato com áreas verdes e da vida ao ar livre.
Por fim, os parques precisam se preparar para o aumento de frequência que tende a acontecer no pós-pandemia. Isso passa pela manutenção de cuidados sanitários especiais e pela construção do parque como um espaço de encontro e coesão social, com uma infraestrutura de serviços capaz de oferecer o conforto adequado a seus visitantes e a atender aos diversos interesses de seus públicos.
IMAGEM: Governo do estado de São Paulo/divulgação