Inflação baixa é a boa notícia em meio à crise
Com medo de perder o emprego e com pouco dinheiro, o consumidor paulistano gasta pouco. O resultado é inflação e juros baixos
Em um cenário econômico que mostra estagnação do Índice de Movimento do Comércio a Prazo (IMC/SCPC) e do Indicador de Movimento de Cheques (SCPC/Cheque), pelo menos uma boa notícia: A fraca demanda provocou uma inflação baixa, de 3,22% no mês de julho.
A análise é do economista Emilio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O índice inflacionário de 3,22%, fica mais de 1% abaixo da meta inflacionária prevista pelo Banco Central, que foi de 4,25%.
“A explicação é simples: Como a demanda não pressiona a oferta, os preços desaceleram. Com a demanda fraca, os juros têm de baixar”, afirma Alfieri, que tem esperança de que a situação ruim da economia brasileira seja atenuada no início de setembro.
É que para este mês está previsto o início dos saques do FGTS. A previsão do Ministro da Economia Paulo Guedes é que a liberação dos saques injete R$ 42 bilhões na economia até 2020.
Outra iniciativa do governo que pode impulsionar o setor são os saques do PIS-Pasep, que já começaram.
O Índice de Movimento do Comércio a Prazo (IMC), representa os bens duráveis, móveis e eletrodomésticos.
O Índice de Movimentação de Cheques (ICH), mede as vendas de bens de menor valor, como utilidades domésticas e produtos de uso pessoal, como roupas e calçados.
VARIAÇÃO MENSAL
De junho a julho, os bens duráveis subiram 1,1%, provavelmente refletindo a venda de aquecedores elétricos.
Já as vendas de bens de menor valor, calçados e roupas, cresceram mais: 9,1%, reflexo das frentes frias do início de julho.
VARIAÇÃO ANUAL
Comparando os meses de julho de 2019 com o mesmo mês de 2018 ocorreram altas de pouco mais de 4,1%, favorecidas pelo um dia útil a mais que houve neste ano. Este aspecto mostra que a alta é pouco significativa.
ACUMULADO DO ANO
Nos sete primeiros meses do ano, as vendas de duráveis (IMC) cresceram apenas 1,3%, enquanto que as vendas de produtos de uso pessoal cresceram 2,6%, acompanhando a variação da massa salarial divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Em síntese, o consumidor continua cauteloso nas vendas parceladas de bens duráveis, enquanto compra bens de primeira necessidade, de acordo com seus rendimentos”, concluiu Emilio Alfieri.
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