Índice Geral de Preços tem deflação de 0,51% em maio
Mas, segundo a FGV, os preços no varejo, medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor, tiveram aumento de 0,52% no mês, taxa maior que a inflação de 0,12% em abril
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação (queda de preços) de 0,51% em maio.
Em abril, houve deflação de 1,24%. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-DI acumula queda de preços de 1,63% no ano. Em 12 meses, a inflação é de 1,07%. Os números foram anunciados hoje (7), no Rio de Janeiro, pela FGV.
A queda de preços pelo IGP-DI em maio deve-se aos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que acusaram deflação de 1,10%. Em abril, a deflação havia sido de 1,96%.
Os preços no varejo, medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor, tiveram aumento de 0,52% em maio, uma taxa maior que a inflação de 0,12% em abril.
O Índice Nacional de Custo da Construção também registrou inflação em maio: 0,63%. Em abril, tinha sido anotada deflação de 0,02%. O IGP-DI de maio foi calculado com base em preços coletados entre os dias 1º e 31 do mês.
SOBE E DESCE
Também presentaram aceleração, na passagem de abril para maio, as taxas de variação dos grupos Vestuário (-0,47% para 0,70%), Transportes (-0,14% para 0,08%), Despesas Diversas (0,13% para 0,48%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,19% para -0,08%). Em cada um desses grupos, respectivamente, a FGV destacou a aceleração da variação de roupas (-0,43% para 0,93%), da gasolina (-1,27% para 0,01%), da tarifa postal (0,00% para 6,32%) e de salas de espetáculo (-1,23% para 0,95%).
Na contramão, os preços dos alimentos ao consumidor desaceleraram em maio e registraram deflação. A taxa do grupo Alimentação saiu de 0,69% em abril para -0,26% em maio. O destaque, segundo a FGV, foi o item hortaliças e legumes, que desacelerou de 14,01% para -2,49%.
RECUPERAÇÃO
Daqui para frente, a tendência é que o indicador como um todo saia da deflação, afirmou o superintendente-adjunto de Preços da FGV, Salomão Quadros. Ele citou três motivos por trás do movimento.
O primeiro está nas matérias-primas agropecuárias, que saíram de -5,14% em abril para -0,91% em maio. "Acabou o efeito mais forte da supersafra", disse, citando ainda a expectativa em relação à safra norte-americana, que está mais próxima da colheita e leva volatilidade às cotações internacionais da soja e do milho.
O segundo motivo está nas matérias-primas para manufaturas, que incluem insumos para a indústria, cujos preços aceleraram de -1,50% em abril para 0,21% em maio.
Segundo Quadros, incertezas sobre as perspectivas de crescimento econômico na China levaram a uma correção de cotações internacionais no segundo trimestre - após algumas recuperações notáveis, como é o caso do barril do petróleo. Agora, a correção para baixo parece ter chegado ao fim, disse.
O terceiro motivo é o minério de ferro. Após forte alta até o início do ano, as cotações internacionais também passaram por uma correção, conforme explicou Quadros.
Esse movimento ainda ocorreu em maio, tanto que os preços do minério de ferro no IPA-DI registraram deflação de 19,11% ante deflação de 9,53% em abril.
Para junho, tudo leva a crer que a correção chegará ao fim. "Tudo indica que vamos completar essa saída da deflação", disse o pesquisador da FGV.
*Com Estadão Conteúdo
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