Entramos no ano do centenário do Diário do Comércio
Criado em 1° de julho de 1924 como um Boletim Confidencial, o DC completa um século de história com o propósito de munir o empresário de informações que o ajude no dia a dia dos negócios
Em 1° de julho, o Diário do Comércio passa a fazer parte de um distinto grupo de publicações - entre as quais estão o Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, The New York Times, The Guardian - que noticiam acontecimentos do Brasil e do mundo há pelo menos 100 anos.
Para comemorar nosso centenário, estão sendo preparadas diversas ações - entre elas o lançamento de um livro e uma exposição de capas históricas do jornal. Além disso, a partir de hoje, periodicamente faremos inserções no site do DC com conteúdos que remetam a fatos importantes da nossa história.
Para iniciar essa série, achamos importante mostrar ao leitor, ainda que de forma resumida, como o jornal se transformou ao longo das décadas, com a intenção de levar informações úteis e de qualidade aos empreendedores de diferentes épocas.
Nossa trajetória começou em 1924, quando a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), entidade que mantém a publicação até hoje, passou a distribuir algumas folhas datilografadas sob o título de Boletim Confidencial. Suas páginas traziam uma relação de nomes de pessoas que deviam na praça.
Era um informativo restrito, como o próprio nome sugeria, mas de grande importância para os comerciantes, que a partir das informações ali publicadas podiam atuar no mercado de crédito com mais segurança.
Com o tempo o conteúdo ganhou corpo, com a incorporação de estatísticas das mercadorias que entravam na cidade de São Paulo, a movimentação dos navios que atracavam no porto de Santos, manifestos de importação e exportação. Não havia mais motivo para a publicação ser “confidencial”, e em 1929 ela muda de nome para Boletim Diário.
Nessa época, o informativo ainda era feito de maneira artesanal, com cópias rodadas em mimeógrafo. Mas à medida que a publicação ganhava corpo e leitores, foi necessário modernizar o processo. Em 1947, com mais de 3 mil assinantes, o boletim passa a ter impressão tipográfica, e ganha o formato de tabloide.
O nome Diário do Comércio batizaria a publicação dois anos mais tarde, em 1949. Pouco depois, em 1954, ao completar 30 anos, o jornal passa a ser impresso em gráfica própria.
A partir de então, a publicação entra em um processo contínuo de transformação. Mudanças editoriais são implantadas nos anos de 1970, definindo seções fixas para debater política, economia - que passa a ter análises da equipe do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP -, ganha a seção “Empresas e Produtos”, entre outras. Nesse período, a publicação contava com uma média de 22 páginas e, segundo atas da ACSP, tinha mais de 20 mil assinantes.
Na década de 1980, o DC muda de endereço. A publicação, que já havia saído da rua Boa Vista, no centro histórico da capital, para o Brás, agora instala suas oficinas na Rua Galvão Bueno, na Liberdade, local da antiga gráfica do Diário Oficial de São Paulo. Nessa transição, o jornal também ganha um departamento de marketing próprio para cuidar das assinaturas e comercialização de espaços publicitários.
As cores chegam às suas páginas em 1998, acompanhando o movimento das principais publicações do país.
Ao entrar nos anos 2000, o DC é completamente repaginado. Ele ganha uma diagramação mais moderna, e tem a equipe ampliada. A partir de 2003, o jornal começa a desenvolver uma série de cadernos especializados (veículos, cultura, viagem, informática, esportes e imóveis) e rompe a fronteira de São Paulo, passando a ser distribuído também em Brasília.
Foi um período profícuo da publicação, que ganha prêmios, entre eles dois ExxonMobil de Jornalismo, conhecido como Prêmio Esso, o mais importante do setor. O primeiro veio em 2005 (Esso de Fotografia concedido a Evandro Monteiro, pela obra "Guerra no Centro"). O outro, em 2009 (Esso de Melhor Contribuição à Imprensa, pela obra "Museu da Corrupção").
O passo seguinte seria o mais difícil da história do jornal, que por mais de 90 anos foi o único impresso diário no mundo editado por uma entidade de classe. Em 2014, a edição impressa do Diário do Comércio foi encerrada. A partir de então, toda a atenção seria direcionada para o conteúdo digital, eliminando assim as barreiras logísticas que separam a informação dos leitores.
Hoje, o portal dcomercio.com.br auxilia o empreendedor com reportagens a respeito de tendências emergentes em áreas decisivas para as empresas, como gestão, marketing, finanças, tecnologia, inovação, sustentabilidade e legislação.
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