Dilma supera Collor e é aprovada por apenas 8% dos brasileiros
Pesquisa Datafolha, publicada nesta quinta (06/08), indica que para 66% o Congresso deveria abrir processo de impeachment, mas 53% não acreditam que ela será afastada

Pesquisa do instituto Datafolha publicada nesta quinta-feira (06/08) demonstra que a presidente Dilma Rousseff registra apenas 8% de aprovação entre os brasileiros e superou a impopularidade do então presidente Fernando Collor, em 1992, às vésperas do impeachment que o afastou do poder.
O resultado desfavorável à mandatária reeleita pelo PT em 2014 não chega a ser surpreendente. Na última pesquisa Ibope/CNI, publicada no início de julho, ela já aparecia em queda e com apenas 9% de aprovação. Segundo o próprio Datafolha, nas duas pesquisas anteriores, de 10 de abril e 18 de junho, o índice da presidente já registrava nítido decréscimo, com somente, nas duas datas, 13% e 10% de aprovação.
Em outro dado preocupante para o Planalto, 66% dos 3.363 brasileiros ouvidos em 201 municípios também disseram que o Congresso deveria abrir processo de impeachment contra a presidente, contra 28% contrários a essa alternativa. Mas 53%, contra 28%, afirmaram que ela não será afastada do Planalto.
O Datafolha sinaliza mais um ponto na curva descendente do atual governo federal, que atravessa uma crise política de padrão inédito e que tem sofrido sucessivas derrotas no Congresso.
Ainda nesta quarta-feira, o vice-presidente Michel Temer disse que o país precisa "de alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos", no que foi considerada uma declaração implícita de que Dilma não poderia mais exercer esse papel e seria afastada.
A crise política tem efeitos devastadores sobre a economia em recessão, com a queda dos investimentos, aumento do desemprego e falta de confiança dos empreeendedores e consumidores.
Dentro do PT, a desagregação do projeto político do partido, aplicado a partir de 2003 com a posse de Luís Inácio Lula da Silva para seu primeiro mandato presidencial, é considerada como o produto de uma "onda conservadora" que estaria varrendo o país.
Mas outras opiniões menos comprometidas enxergam a soma de fatores desastrosos para o governo, como a inflação, o desemprego e os escândalos apurados pela Operação Lava Jato.
Nos desdobramentos da operação, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso mais uma vez na segunda-feira (o mesmo acontecera com ele anteriormente, como réu do mensalão), episódio que mais uma vez compromete a imagem do PT, que nesta quinta leva ao ar, em rede nacional de rádio e TV, seu programa partidário.