Desemprego em São Paulo supera a média nacional
Em março, contingente de desempregados na região metropolitana foi estimado em 1,8 milhão de pessoas, 61 mil a mais do que no mês anterior, de acordo com levantamento do Seade

Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), a taxa de desemprego total da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) passou de 15,5% em fevereiro para 16,1% em março. Esse indicador é composto pela soma das taxas de desemprego aberto e oculto.
No primeiro caso, trata-se da definição tradicional de desemprego, ou seja, proporção das pessoas que procuraram ativamente emprego e não encontraram em relação à força de trabalho.
No segundo a situação de desocupação encontra-se “oculta” pelo trabalho precário (“bico”) ou pelo desalento (proporção de pessoas que desistem de procurar trabalho).
Enquanto o primeiro componente elevou-se de 12,8% para 13,5% entre fevereiro e março, o segundo manteve-se relativamente estável, passando de 2,7% para 2,6%.

Em âmbito nacional, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre fevereiro e março, a taxa de desocupação subiu de 11,6% para 12,4%, respectivamente.
Para efeitos de comparação com a PED, devemos considerar a taxa de desemprego aberto.
Assim, ambos os indicadores sinalizam que a desocupação está crescendo, porém, a proporção de desempregados na Região Metropolitana de São Paulo é mais elevada que a observada nacionalmente.
O contingente de desempregados na RMSP foi estimado em 1,8 milhão de pessoas, 61 mil a mais do que no mês anterior, devido à redução do nível de ocupação.
O resultado de março poderia ter sido ainda pior, se não houvesse a saída do mercado de trabalho, pelo desalento, de 30 mil pessoas que desistiram, pelo menos temporariamente, de procurar emprego.
Por sua vez, resultados da mesma pesquisa assinalam que, no contraste com março de 2018, a expansão da quantidade de trabalhadores sem carteira assinada foi muito superior (13,5%) à observada para aqueles com carteira assinada (2,9%).

Na comparação com fevereiro, houve queda na ocupação em três dos quatro setores produtivos considerados, com destaque negativo para a construção (-2,8%). Dezessete mil vagas desapareceram no comércio e 92 mil do setor de serviços de um mês para outro. O único setor a mostrar aumento foi a indústria (3,7%).
Entre janeiro e fevereiro de 2019, o rendimento (salário) médio real dos ocupados, tanto no setor formal como informal, manteve-se praticamente estável (0,3%), observando-se leve aumento no caso dos trabalhadores assalariados.
Na comparação com fevereiro do ano passado, contudo, tanto no trabalho formal quanto no informal ocorreu queda (-3,2%, -2,5%, respectivamente).
Os resultados da Pesquisa de Emprego e Desemprego mostram que na Região Metropolitana de São Paulo, assim como no restante do País, o desemprego está aumentando, refletindo o baixo crescimento da economia e as incertezas em relação à aprovação da reforma da Previdência.
Esse maior desemprego e o aumento da informalidade explicam, por sua vez, o fraco crescimento dos salários acima da taxa de inflação.
IMAGEM: Agência Brasil