CVC quer expandir com quiosques franqueados e em cidades menores

A CVC (CVCB3) apresentou prejuízo líquido de R$ 22,2 milhões no segundo trimestre de 2024, mas o valor representa uma redução de 86,7% em relação ao registrado no mesmo período de 2023, quando ficou em R$ 167 milhões.

A companhia anunciou novos projetos, como franquias de quiosques, para alavancar o negócio e cidades de pequeno porte estão no radar da companhia. O foco é, além da expansão, a equalização das contas – a dívida líquida da empresa, considerando saldo de recebíveis, terminou junho em R$ 836 milhões (uma redução de R$ 345 milhões na comparação com um ano antes).

Os resultados bons estão chegando. A CVC registrou receita líquida de R$ 294 milhões no segundo trimestre deste ano – aumento de 9,2% sobre o mesmo período de 2023. O Ebtida ajustado alcançou R$ 70,3 milhões, revertendo o resultado negativo de R$ 16,2 milhões registrado no ano anterior.

A companhia diz que a melhora é resultado do desempenho das operações B2C e B2B no Brasil, que apresentaram um crescimento de 21% e nas mudanças na estratégia operacional. “Após muitos trimestres de consumo de caixa apresentamos uma geração de caixa de R$ 35 milhões no segundo trimestre de 2024, fruto da melhoria do Ebitda, disciplina na aprovação de investimentos, ajustes nos meios de pagamentos, e gestão próxima do capital de giro”, disse a empresa em nota.

O take rate (taxas e comissões cobradas pela empresa nas transações realizadas por terceiros) aumentou 1,6 ponto percentual no segundo trimestre deste ano, alcançando 9,4% em relação a 2023. “No B2C, observamos ganho de market share na comparação anual e um aumento no ticket médio. Esse desempenho foi impulsionado pelo ramp-up bem sucedido das lojas recém inauguradas, crescimento de 10% nas Vendas das Mesmas Lojas, contínua estratégia de impulsionar os produtos exclusivos e ações de marketing”, afirmou a CVC.

QUIOSQUES

Uma das principais estratégias da CVC em 2024 foi expandir sua presença por meio de lojas em formato de quiosque para franqueados. No primeiro semestre, foram inauguradas 90 novas unidades da empresa, com o objetivo de alcançar regiões anteriormente inexploradas, especialmente no interior do Brasil, fora das capitais. A empresa está prestes a atingir a marca de 1,4 mil lojas espalhadas por todos os estados do país.

RETOMADA

O modelo de quiosques, que é uma estratégia antiga da CVC, foi retomado e alinhado ao novo plano de expansão da empresa. Segundo a companhia, esse formato oferece pontos de venda adicionais, especialmente em shoppings onde não há disponibilidade imediata de espaços para lojas tradicionais, ou como uma extensão estratégica para franqueados que já possuem uma loja.

“Os quiosques são uma solução ágil e eficiente para nos conectarmos com clientes em locais estratégicos, onde talvez não haja espaço para uma loja tradicional. Eles nos permitem estar presentes onde nossos clientes estão, oferecendo conveniência e proximidade,” afirmou Emerson Belan, diretor geral da CVC.

MENORES

O primeiro quiosque, neste novo modelo, foi inaugurado em 16 de agosto deste ano no shopping Grand Plaza, em Santo André, São Paulo, onde a empresa já opera uma loja. E a estratégia de quiosques permite que a marca alcance municípios menores, com 15 mil habitantes, ou menos, algo que não costumava ser possível com o modelo tradicional de loja, que exige um mínimo de 30 mil habitantes devido a custos como locação e instalação, que podem ultrapassar R$ 150 mil. Em comparação, o custo de abertura de um quiosque é menor, a partir de R$ 60 mil, segundo a CVC.

RELEVÂNCIA

Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a CVC é a 16ª maior rede de franquias do Brasil em número de unidades e a maior do setor de turismo. “A CVC não cobra royalties na abertura de lojas ou quiosques, nem taxas de franquia ou propaganda. Além disso, oferecemos suporte operacional completo, sistemas de vendas e reservas, e ferramentas de inteligência, como o CRM,” disse a empresa.

IMAGEM: CVC/divulgação