Consumidor reduz endividamento e busca menos crédito

Banco Central mostra que diminuiu o peso das dívidas sobre a renda das famílias, o que pode ser um reflexo da menor procura por crédito. Mas busca de dinheiro para renegociar dívidas antigas sobe

Rejane Tamoto
30/Jul/2015
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Consumidor reduz endividamento e busca menos crédito

O endividamento dos brasileiros caiu de 46,4% da renda acumulada em 12 meses em abril para 46,3% em maio, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (30/07) pelo Banco Central. Já o comprometimento da renda das famílias seguiu em 22,2% de um mês para o outro.

Essa estabilidade reflete o desânimo do consumidor na procura por crédito, inclusive para a compra de bens no varejo, segundo outro indicador da Boa Vista SCPC. Outro dado do Banco Central, mostra que aumentou a busca de empréstimos para renegociação de dívidas em atraso. 

O que o Banco Central mostra é que o peso das dívidas sobre a renda das famílias recuou, principalmente quando se exclui desse cálculo o financiamento imobiliário. Desta forma, o endividamento passou de 27,6% sobre a renda para 27,5% de abril para maio.

Por outro lado, o comprometimento da renda das famílias sem considerar o crédito para imóveis subiu um pouco, de 19,8% para 19,9%, no mesmo período.

Dado da Boa Vista SCPC, por outro lado, revela que a demanda por crédito do consumidor caiu 11,6% em 12 meses encerrados em junho. O indicador mostra quantas consultas foram efetuadas em seu sistema, sendo antecedente à aprovação pelas instituições financeiras. 

Flavio Calife, economista da Boa Vista SCPC, diz que a queda na procura reflete a baixa intenção para consumir - o que também aparece nas pesquisas sobre o movimento do comércio. "O consumidor está cauteloso com os juros elevados, os preços altos, a renda recuando e o mercado de trabalho desaquecido", afirma Calife. 

SAIBA MAIS: |PODCAST| Juros de empréstimos para familias alcancam novo recorde em junho

Apesar da tendência de longo prazo de queda, por causa da redução do consumo, a procura por crédito cresceu 2% em junho na comparação com maio, segundo a Boa Vista.

Outro dado do Banco Central mostra que os consumidores estão procurando empréstimos a uma taxa de juros menor para quitar dívidas pendentes. 

O balanço do Banco Central de junho mostra que o volume de crédito renegociado por pessoas físicas tem crescido desde o início desse ano.

Economistas do mercado financeiro já deram o alerta: esse aumento pode sinalizar uma piora da inadimplência nos próximos meses.

De maio para junho, o total de crédito renegociado com recursos livres subiu 1,3%, para R$ 23,668 bilhões. Entram nessa conta as operações de empréstimos às pessoas físicas associadas à renegociação ou composição de dívidas vencidas.

No final do ano passado, o montante dessas operações estava em R$ 21,914 bilhões, mas desde fevereiro de 2015 vem mostrando elevação todos os meses. A marca de R$ 23 bilhões foi atingida em maio e não era vista desde dezembro de 2013.

No passado, o BC avaliou que o aumento dessas renegociações estava relacionado a uma tentativa do consumidor de troca de taxas elevadas de financiamentos por outras mais baixas. Agora, no entanto, o momento é de alta dos juros em praticamente todos os segmentos de crédito.

IMAGEM: Thinkstock

*Com informações de Estadão Conteúdo

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