Consumidor está mais animado, mas ainda não quer gastar

O Índice Nacional de Confiança (INC), da ACSP, mostra que os consumidores da Classe “C” são os mais pessimistas em relação aos rumos da economia

Renato Carbonari Ibelli
23/Mai/2016
  • btn-whatsapp
Consumidor está mais animado, mas ainda não quer gastar

A expectativa do consumidor com relação à economia melhorou um pouco em maio, com base no Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que registrou 67 pontos no mês. Em abril, o indicador registrava 64 pontos.

Nada que mude muito a disposição do brasileiro em ir às compras, como anseia o setor varejista. O resultado de maio ainda está longe de mostrar um consumidor otimista, já que pela metodologia do INC, qualquer pontuação abaixo de 100 denota pessimismo. O índice varia de zero a 200 pontos. 

Para Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o resultado do INC de maio é alentador. 

“Mas não sinaliza, necessariamente, que a confiança voltará a subir nos próximos meses. A alta de dois pontos é boa, mas ainda está dentro da margem erro. Não significa que o consumidor vai retomar os níveis antigos de consumo. Precisamos ter cautela e esperar as próximas medidas sociais e econômicas do novo governo, pois elas serão determinantes na percepção do consumidor”, afirma Burti. 

"O momento é delicado e precisamos ser patriotas, ser cooperativos com o governo. A indústria, o comércio e a agricultura têm muito o que contribuir para colocar o país nos trilhos", diz o presidente da ACSP.

Pelo levantamento, realizado com 1,2 mil consumidores de 72 localidades do país, apenas 12% dos entrevistados se mostraram dispostos a realizar compras de eletrodomésticos. Em contrapartida, 68% dizem que estão pouco à vontade para adquirir esse tipo de produto. 

O desânimo do consumidor em gastar é resultado dos sinais perturbadores que recebe da economia. O aumento do desemprego e a queda da renda ainda são freios do consumo. 

O INC mostra que hoje, em comparação com a percepção de seis meses atrás, 58% dos entrevistados estão pouco confiantes com relação à estabilidade no emprego. Apenas 15% estão mais confiantes de que não serão demitidos. Além disso, 62% conhecem alguém que perdeu o emprego nos últimos seis meses.       

Diante da fragilidade do mercado de trabalho e de uma inflação que, embora esteja cedendo, ainda está elevada, comprometendo uma parcela maior dos ganhos, boa parte dos consumidores dizem que está difícil chegar ao fim do mês com as contas em dia. 

O estudo da ACSP mostra que 13% dos entrevistados considera a sua própria situação financeira muito ruim, sendo que 32% acreditam que suas finanças irão piorar mais nos próximos seis meses. 

CLASSE “C” 

A Classe C, que ganhou espaço na economia na última década, parece ser a mais abalada com relação à situação da economia. Entre esses consumidores, 35% acreditam em piora na situação financeira particular nos próximos seis meses. Entre os mais ricos, essa percepção atinge 32% dos entrevistados e, entre a população das classes DE a piora é esperada por 26%.

Entre os consumidores da classe C, 70% não pretendem fazer compras de eletrodomésticos. Entre esse público, 59% dizer estar com receio da estabilidade no emprego. Sendo que 43% consideram possível que fiquem desempregados nos próximos seis meses. 

O INC é uma medida da extensão de confiança e segurança do brasileiro quanto à sua situação financeira ao longo do tempo. O indicador visa prever o comportamento do consumidor no mercado.

IMAGEM: Thinkstock

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis

Conversamos com Thaís Carballal, da Mooui, às vésperas da abertura de sua primeira loja física

Entenda a importância de planejar a sucessão na empresa