Comerciantes reclamam do abandono da Praça da Árvore

Moradores em situação de rua tomaram conta da praça, localizada na Zona Sul. Comerciantes, como Roberto Lufti, fazem o que podem para batalhar por melhor qualidade de vida na região

Wladimir Miranda
25/Ago/2016
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Comerciantes reclamam do abandono da Praça da Árvore

O bosque que deu origem à praça não existe mais. Deu lugar a bancos quebrados, sujos, num sinal evidente de que foram abandonados há muito tempo pelo poder público municipal.

São ocupados assim mesmo, em péssimo estado, por moradores em situação de rua. Mulheres, homens, crianças, cachorros e gatos passam dias e noites por ali. Há consumo de drogas no local. Este é o atual cenário da Praça da Árvore, na Zona Sul, mas bem que poderia o de outra praça qualquer de São Paulo.

A Praça da Árvore foi inaugurada na década de 1950. O bosque que ali havia, era ponto de parada de trem, antes de se transformar na movimentada estação da linha azul do metrô paulistano.

Vinte e dois mil usuários do metrô passam por ela diariamente, de acordo com informações da Cia do Metropolitano de São Paulo.

Assim que terminam de subir os degraus das escadas rolantes que os levam em direção à saída, os usuários que utilizam a estação rumo às escolas e faculdades da região e aos inúmeros estabelecimentos comerciais ali existentes, se assustam com o quadro degradante que surge à frente.

“Uma funcionária de minha loja paga para que um segurança a acompanhe até a estação do metrô. Fez isto depois que foi assaltada na praça”, afirma Roberto Lutfi.

Aos 73 anos, ele é um dos comerciantes mais antigos da região. Assumiu o comando da Sedanaya, loja e fábrica de roupas femininas, herdadas do pai, ainda vivo, aos 96 anos, que veio da Síria no início da década de 1940 para se estabelecer na região.

Roberto, assim como pai, é um batalhador do bairro. Faz o que pode para que a qualidade de vida de seus habitantes seja boa. Insistiu para que a subprefeitura da Vila Mariana fizesse um acesso para deficientes, entre a Praça da Árvore e a rua Carneio da Cunha. Não conseguiu.

Em outra ocasião, conseguiu que a Companhia de engenharia de Tráfego _ CET _, instalasse um semáforo em uma esquina, também perto da loja, que havia se transformado em ponto perigoso para a travessia de pedestres.

“Antes aconteciam muitos acidentes, inclusive fatais, no lugar. Com o semáforo, resolvemos o problema”, disse.

Roberto fica alegre por ter ajudado a equacionar um problema grave, mas triste com o crescimento do número de moradores em situação de rua, não só na praça, mas em todo o bairro.

“Eu não sei quem tem de ser o próximo ou a próxima prefeita. Só sei que, seja quem for, vai ter de mudar muita coisa nesta cidade”, afirma.

 

 

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