CMEC quer chegar a 1,5 mil núcleos em 2025
Hoje, os conselhos de mulheres empreendedoras somam 860 núcleos. A meta para o próximo ano foi anunciada por Ana Claudia Badra Cotait durante a 5ª edição do evento Liberdade para Empreender
Como numa guerra, não há outra forma de conquista a não ser ocupando espaços. Assim deve ser lida a quinta edição do evento Liberdade para Empreender – Ação de Mulheres. Realizado na segunda-feira (2), no Clube Atlético Monte Líbano, em São Paulo, havia 1,8 mil inscritas pagantes – 12 vezes mais do que na primeira edição.
“A gente não pode esquecer nosso propósito e objetivo”, disse Ana Claudia Badra Cotait, que lidera a iniciativa e preside o Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC). No começo, não havia mais de 30 conselhos ativos. Hoje, são 860. “Buscamos chegar a 1,5 mil no ano que vem.”
A marca citada por Ana Claudia também foi festejada pela presidente do Conselho de Administração do Grupo Magalu, Luiza Trajano. “Um evento assim me deixa muito feliz, porque sou varejista como vocês”, disse. “No início, brigava muito nas associações para ter conselhos para as mulheres. E agora estamos aqui!”
Entre as palestrantes mais esperadas na quinta edição do Liberdade para Empreender estava a atriz e empreendedora Giovanna Antonelli, sócia e fundadora da GiOlaser. Ela falou sobre a temática Discurso do Óbvio. A empresária afirmou que tratar do óbvio é essencial porque são informações importantes, e nem sempre o óbvio é tão claro para todos. “Ao pensar em como minha jornada no empreendedorismo se relaciona com a de atriz, vi os mesmos questionamentos do começo”, disse Antonelli.
A GiOlaser tem 400 clínicas espalhadas pelo país e existe desde 2013. Em 2023, a franquia apresentou faturamento de R$ 200 milhões. Ela também reforçou a importância de persistir e tentar transformar negativas em retornos positivos, assim como “pagar o preço” por seguir os próprios sonhos.
Outro momento de destaque foi o hot seat, momento em que particiapntes pré-selecionadas puderam fazer microapresentações de até três minutos para a empresária e apresentadora Cris Arcangeli. Responsável por patrocinar e trazer os primeiros eventos de moda ao país, Arcangeli aconselhou as mulheres que se arriscaram na dinâmica sobre temas-chave recorrentes, como colaboradores, franquias e propósito. “Essa é a diferença do empreendedorismo feminino do masculino: nem sempre o foco está no lucro, e sim em impactar outras pessoas.”
DESTAQUE
Entre os palestrantes, a especialista em empreendedorismo de moda Janaina Ortiga pautou conselhos que gostaria de ter recebido quando abriu sua loja, Ortiga. As principais dicas envolveram gerenciamento de tempo, entrar no mercado para ser o melhor e não apenas competir, e fazer o simples bem-feito. “A gente não copia, a gente modela”, disse, ao explicar que todo tipo de produto já existe comporta ser inovado. Já durante o painel Potências Negras, Ana Flávia Silva, gestora estadual do programa Sebrae Delas, iniciativa que acompanha o desenvolvimento de negócios femininos, reforçou que “não se trata do indivíduo e sim da coletividade” — segundo dados da instituição, mulheres negras lucram 60% a menos que homens brancos.
Com um cardápio robusta de discussões, segundo Ana Claudia Badra Cotait, o Liberdade para Empreender é um marco. “Nunca imaginei que fosse impactar tanta gente em tão pouco tempo”, afirmou. O evento é uma realização do CMEC junto da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp). Alfredo Cotait Neto – presidente da Facesp e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) – e Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP, estiverem no Monte Líbano. O conselho também anunciou nova parceria com a Fundação Bradesco, o Mulheres Empreendedoras, para auxiliar mulheres em novas empreitadas.
IMAGENS: Dani Ortiz