Chegamos aos 99 anos

Distribuído pela ACSP pela primeira vez em 1924, então como uma folha datilografada, o Diário do Comércio continua firme em seu objetivo de munir o empresário com informações relevantes para o dia a dia do seu negócio

Renato Carbonari Ibelli
30/Jun/2023
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Chegamos aos 99 anos

O Diário do Comércio chega aos 99 anos, em 1º de julho, com o objetivo de adequar seu conteúdo às principais plataformas de mídias sociais e, assim, levar as tendências emergentes do mercado a um número cada vez maior de leitores.  

É um desafio, pois a informação virou uma commodity processada e reprocessada ao transitar pela internet, e muitas vezes chega às pessoas completamente distorcida. Bombardeado por informações duvidosas, o leitor passou a desconfiar dos veículos de comunicação. 

Ao mesmo tempo, essa realidade nos permite uma vantagem, porque a história quase centenária do Diário do Comércio está intimamente ligada à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), entidade que sempre transmitiu credibilidade.

CONHEÇA A HISTÓRIA DO DC

Em 1924, a ACSP passou a distribuir algumas folhas datilografadas sob o título de Boletim Confidencial. As páginas desse periódico traziam uma relação de títulos protestados, ou seja, os nomes de pessoas que deviam na praça. Essas informações eram preciosas para os empresários, pois garantiam mais segurança ao mercado de crédito.   

Pois é, este Diário do Comércio, que hoje busca espalhar seu conteúdo para o maior número de pessoas por meio da internet e das redes sociais, um dia já foi confidencial. E não se tratava apenas de um nome austero. No rodapé da publicação havia o lembrete de que os assinantes deveriam fazer uso reservado das informações, e guardar o boletim fora do alcance de terceiros. 

Mesmo restrita, rapidamente a publicação ganha leitores. Em 1929 ela já tem mais de 20 páginas impressas com informações que iriam além do nome dos devedores. Passam também a ser divulgadas as estatísticas das mercadorias que entravam na cidade de São Paulo, a movimentação dos navios que atracavam no porto de Santos, manifestos de importação e exportação.

Com um conteúdo mais variado e a aceitação crescente do periódico pelos empresários, em 1º de julho de 1929 a ACSP decide mudar o nome da publicação para Boletim Diário. Em 1947, já contando com mais de 3 mil assinantes, seu processo artesanal de produção, que dependia de cópias feitas em mimeógrafo, ficou impossível. Naquele ano, começaria a impressão tipográfica do boletim, que ganha também o formato de tabloide.

Em 1949, outra mudança no nome, finalmente para Diário do Comércio. Na década seguinte a publicação ganha cada vez mais o perfil de jornal independente. Ele passa a distribuir um conteúdo direcionado aos comerciantes, a divulgar orientações sobre questões tributárias, amplia o horizonte para além da realidade paulista e passa a trazer temas nacionais em sua pauta. Na década de 1950, o jornal também abre suas páginas para a publicação de artigos.

A dimensão do Diário do Comércio alcança outro patamar em 1954, ao completar 30 anos, quando a ACSP anuncia que o jornal passaria a ser impresso em gráfica própria. Nesse período, já consolidado como um veículo sério da imprensa, a publicação começa a receber um grande número de anunciantes. Nas décadas que se seguem o impresso passa a publicar também balanços de empresas.

Com a operação cada vez mais complexa, no início da década de 1990 o jornal inicia um processo de modernização que envolve o parque gráfico e a redação, que começam a ser informatizados. Em 1998, para não perder terreno para as principais publicações do país, o Diário do Comércio aparece em cores. Com essa decisão, foi preciso deixar a gráfica própria para ser rodado nas máquinas de O Estado de S. Paulo.

O jornal ganhou corpo nos anos 2000, sendo entregue diariamente nas casas de mais de 20 mil assinantes. A partir de 2003, além dos temas econômicos, o jornal passa a abrigar cadernos especializados que tratavam do mercado de veículos, cultura, viagem, informática, esportes e imóveis. 

Nesse período a publicação, que sempre esteve restrita ao estado de São Paulo, começa a ser distribuída também em Brasília. A política nacional passa a ser observada com mais atenção pela equipe do jornal, que em 2010 faz chegar às mãos dos candidatos à presidência da República uma edição especial com contribuições para seus planos de governos.

Mas alcançar de maneira física um número cada vez maior de leitores tornou-se difícil. O passo seguinte seria o mais difícil da história do jornal que por mais de 90 anos foi o único impresso diário no mundo editado por uma entidade de classe. Em 2015, a edição impressa do Diário do Comércio foi encerrada. A partir de então, toda a atenção seria direcionada para o conteúdo digital, eliminando assim as barreiras logísticas que separam a informação dos leitores, estejam eles onde estiverem. 

Sem desviar do objetivo inicial de munir o empresário de informações que o ajude no dia a dia dos negócios, e respeitando uma história quase centenária, o portal dcomercio.com.br conta hoje com uma equipe especializada que produz conteúdo sobre gestão, comportamento do consumidor, economia, marketing, inovação e legislação.

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