Cenário dividido mantém confiança do consumidor no campo neutro
Indicador da ACSP/Pinion, que registrou 100 pontos em agosto, reflete a economia aquecida, porém alerta para a inflação resiliente e um possível aumento dos juros
O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pela PiniOn, alcançou em agosto 100 pontos, mantendo estabilidade em relação a julho, porém diminuindo 2,9% na comparação com igual mês do ano passado.
O nível alcançado pelo INC mostra estabilidade na zona neutra, com valores abaixo de 100 indicando pessimismo e valores acima de 100, otimismo. A pesquisa foi conduzida com uma amostra de 1.679 famílias em todo o país, incluindo capitais e cidades do interior.
Em termos regionais, a confiança subiu em todas as regiões, exceto no Centro-Oeste. Em classes socioeconômicas, houve diminuição do índice nas classes AB e DE e aumento na C.
As famílias tiveram deterioração na percepção em relação à situação financeira atual, agravada pela diminuição da segurança no emprego, embora suas expectativas para o futuro tenham permanecido estáveis.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, explica que a queda na confiança em relação à situação econômica atual fez com que as pessoas se mostrassem menos dispostas a comprar itens de maior valor, como carros e imóveis, e também a adquirir bens duráveis, como geladeiras e fogões. Ruiz de Gamboa acrescenta que, por outro lado, a intenção de investir, que está mais ligada às expectativas para o futuro, se manteve estável.
Em síntese, o INC de agosto mostrou, de forma geral, estabilidade, mantendo-se no campo neutro em termos de confiança. O mercado de trabalho aquecido, que afeta positivamente a percepção quanto à situação financeira das famílias, parece compensar, resultando na manutenção do índice. Porém, a resiliência da inflação, e a manutenção de juros ainda elevados, por outro lado, contribuem para a deterioração da confiança.
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