Cai Delcídio, o terceiro senador a ser cassado na História do país

O ex-líder do governo no Senado perdeu o mandato por quebra de decoro. Ele tentou evitar que Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, firmasse acordo de delação premiada

Agência Brasil
10/Mai/2016
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Cai Delcídio, o terceiro senador a ser cassado na História do país

O plenário do Senado decidiu, nesta terça-feira (10/05) por 74 votos favoráveis e uma abstenção, cassar o mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). A votação aberta foi feita por meio de painel eletrônico. 

Ele foi o terceiro Senador a ser cassado na História democrática do país. Os outros dois foram Demóstenes Torres, que era filiado ao DEM, e Luiz Estevão, ex-PMDB.

Delcídio teve o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar, uma decisão aprovada após um longo processo iniciado logo depois do senador ter sido preso, em novembro do ano passado, por obstrução da Justiça. 

O senador foi flagrado em conversa com o filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, oferecendo propina e um plano de fuga para que Cerveró não firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público no âmbito da Operação Lava Jato.

Delcídio foi o responsável pela delação mais fulminante até agora na Lava Jato, que acusa a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PSDB Aécio Neves e a cúpula do PMDB no Senado, incluindo o presidente da Casa Renan Calheiros.

Na segunda-feira, 0/05, o agora ex-parlamentar fez um depoimento emocionado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no qual chegou a chorar e afirmar que o plano de fuga do ex-diretor da Petrobrás nunca foi concretizado.

Senadores do PSDB, cujo presidente Aécio Neves entrou na mira da Lava Jato graças ao depoimento de Delcídio, ainda tentaram, sem sucesso, defender a tese da defesa do parlamentar para que a cassação não fosse votada nesta terça. 

IMPEACHMENT 

Antes de anunciar o resultado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) apresentou para os senadores os procedimentos da sessão para votar o parecer da comissão especial constituída para avaliar o afastamento da presidente Dilma Rousseff por susposto crime de responsabilidade, marcada para quarta-feira 11/05.

Segundo Renan, a sessão marcada para iniciar às 9h começa com as falas dos senadores inscritos por ordem de inscrição. “A palavra será distribuída por 15 minutos por cada orador. Temos que assegurar o tempo regimental de cada senador”, disse.

Os trabalhos serão suspensos em dois momentos, ao meio-dia e depois às 19h. 

Até o início da noite desta terça-feira mais de 50 oradores estavam inscritos. Antes de encerrar a discussão da sessão de quarta, o plenário terá as falas do relator do processo na Comissão Especial do Impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), e do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.

Não haverá orientação de bancada e nem a participação dos autores do pedido. “A votação será feita pelo processo eletrônico de votação”, disse Renan.

IMAGEM: Agência Brasil

Com informações de Estadão Conteúdo

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