Brasil deve se manter atento a eventuais crises externas
Para o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn (foto), o país vai retomar a confiança fortalecendo a responsabilidade fiscal, o controle da inflação e o regime de câmbio flutuante
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou nesta sexta-feira (12/08) que, apesar do atual quadro de liquidez ampla no cenário internacional, que favorece as economias emergentes, o Brasil precisa ser cauteloso e não tomar tal situação como permanente.
"Há riscos à frente que podem ameaçar, de um lado, o atual crescimento modesto e, de outro, a disponibilidade da liquidez global”, alertou.
Em pronunciamento na abertura do 11º Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, Goldfajn disse que o BC usará “com parcimônia as ferramentas cambiais de que dispõe” em torno do câmbio flutuante, atuando de acordo com a dinâmica do mercado.
“Um exemplo claro dessa atuação tem sido a redução gradual da nossa posição em swaps cambiais, motivada pelas condições no mercado.”
Goldfajn destacou que o Brasil, que a exemplo das demais economias, tem hoje um sistema financeiro mais sólido e mais bem preparado para enfrentar choques como a crise financeira internacional de 2008.
”O Sistema Financeiro Nacional está sólido, líquido, bem capitalizado e resiliente a choques”, enfatizou o presidente do BC.
Ele destacou, no entanto, que, para uma recuperação econômica sustentável, o país tem de retomar a confiança, fortalecendo o “velho e bom tripé macroeconômico formado por responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante”.
Goldafjn acrescentou que, na parte que cabe ao Banco Central, além da questão do câmbio flutuante, a contribuição virá com a adoção da política de controle da inflação, o que leva a uma redução do risco país, à recuperação da confiança e à retomada do crescimento.
Ele acrescentou que o Banco Central trabalha em um processo de convergência para a meta de inflação de 4,5% em 2017.
FOTO: Marcelo Camargo / Agência Brasil