Bancos tentam implementar mediação digital para resolver conflitos com clientes
As instituições financeiras buscam fechar acordo com o Conselho Nacional e Justiça para dar andamento ao projeto
O Banco Central e o Conselho Nacional e Justiça (CNJ) estão nas tratativas finais para assinatura do acordo sobre mediação digital de conflitos entre instituições financeiras e clientes. Com o acordo, a plataforma de mediação do CNJ será utilizada para resolver disputas entre as partes, reduzindo o número de ações que estão na Justiça.
Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, Isaac Sidney, diretor de Relacionamento Institucional, e Cristiano Cozer, procurador-geral da instituição, estiveram reunidos na tarde desta segunda-feira, 23/10, com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmén Lúcia, que também preside o CNJ.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, também esteve presente. Goldfajn e Isaac saíram do encontro sem falar com a imprensa, em função do período de silêncio que antecede a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O uso da plataforma do CNJ é visto pelo BC como uma solução para reduzir, nos tribunais brasileiros, o número de ações que envolvem clientes e bancos. Por ela, o cliente poderá registrar uma reclamação, que será respondida pelos bancos. Se houver consenso, um juiz homologa o acordo.
Com menos ações chegando aos tribunais, a expectativa é de que a despesa das instituições com litígios também caia e, no limite, isso acabe contribuindo para a redução do risco de crédito e do spread bancário.
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