Ataque cibernético global atinge empresas brasileiras

Um software malicioso bloqueia dados da companhia e exige o pagamento de uma quantia em Bitcoin (moeda virtual) para liberar as informações

Estadão Conteúdo
12/Mai/2017
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Ataque cibernético global atinge empresas brasileiras

Após relatos de ataques cibernéticos em empresas da Europa ao longo desta sexta-feira (12/05), começam a surgir no Brasil os primeiros relatos de efeitos em empresas e órgãos governamentais. 

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, dentre as empresas afetadas estão a sede brasileira da Telefônica/Vivo, em São Paulo, além do Tribunal de Justiça de São Paulo, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo e o Ministério Público do Estado de São Paulo. 

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu o atendimento nas agências em todo o País a partir das 14h após registrar indícios de ataque.

A Petrobrás reiniciou a rede corporativa por causa do ataque cibernético. Ainda não está claro o número de empresas e órgãos afetados em todo o País.

SEQUESTRO DE DADOS 

O Brasil é um dos 74 países afetados pelo ataque de ransomware -- quando um software malicioso é usado para "sequestrar" um computador --, segundo levantamento preliminar feito pela empresa de segurança Kaspersky. 

No total, já foram registrados mais de 45 mil casos dentre empresas e órgãos públicos e governamentais em todo o mundo.

Nas redes afetadas, um aviso aparece na tela dos computadores conectados exigindo que seja paga uma quantia na moeda virtual Bitcoin para que o sistema volte a operar. 

Trata-se do ataque de ransomware mais rapidamente disseminado já registrado em todo o mundo, segundo especialistas.

Funcionários da Petrobrás receberam um alerta nesta sexta-feira de que deveriam salvar todos os arquivos. 

"A TIC informa que, devido a um ataque de vírus global, será necessário reiniciar a Rede Interna Corporativa (RIC) da Petrobras. Devido a urgência do serviço, recomendamos que a força de trabalho salve todos os seus arquivos que estiverem em uso. Não desligue a máquina", dizia o comunicado enviado aos servidores. 

Na Agência Nacional do Petróleo, por precaução, computadores foram mantidos desligados durante a tarde.

De acordo com fontes ouvidas, os funcionários da Telefônica/Vivo - uma das empresas mais afetadas pelo ciberataque na Espanha - foram orientados a desligar os computadores e desconectar todos os dispositivos da rede corporativa. 

No início da tarde, a empresa orientou os funcionários do prédio administrativo a deixarem a empresa, já que apenas um número reduzido de executivos e funcionários formariam um comitê de crise para resolver o problema. 

A empresa não confirma oficialmente as informações sobre a dispensa de funcionários e afirma continuar operando normalmente.

Por meio de nota, a Telefônica Espanha informou que foi detectado, na manhã desta sexta-feira, um incidente de segurança cibernética que afetou alguns computadores de colaboradores que estão na rede corporativa da empresa. 

"Imediatamente, foi ativado o protocolo de segurança para tais incidentes com a intenção de que os computadores voltem a funcionar o mais rápido possível", afirmou, no comunicado. 

A Telefônica/Vivo informou que seus serviços não foram afetados pelo ataque e que dados dos clientes continuam seguros.

Já no Tribunal de Justiça de São Paulo, segundo relatos de fontes, uma tela com o ataque de sequestro de computadores apareceu em alguns computadores exigindo pagamento para liberação dos arquivos da máquina -- o chamado ataque de ransomware. 

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que pediu para os funcionários desligarem os computadores. O site do Tribunal de Justiça de São Paulo está fora do ar, assim como os sites do Ministério Público de São Paulo e do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.

Procurada pelo Jornal O Estado de S. Paulo, a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), órgão responsável por prestar serviços de TI para órgãos do governo estadual, não confirma os ataques, mas orientou os funcionários a desligarem os computadores.

MOEDA EM QUEDA

A moeda virtual Bitcoin recuou nesta sexta-feira, dia de ataques cibernéticos globais, após um mês de altas consecutivas.

Desde 13 de abril a moeda virtual sem regulamentação centralizada não apresentava desvalorizações até hoje, em que ransomwares atacaram computadores de órgãos privados e públicos de países da Europa, Estados Unidos e até mesmo no Brasil.

O CEO do Mercado Bitcoin, que negocia a moeda no País, Rodrigo Batista, garante, no entanto, que a queda no valor da moeda virtual não tem relações diretas com os ataques sofridos no mundo todo.

"É uma ação de mercado. Muita gente comprou Bitcoins nas últimas semanas e a moeda se valorizou. As pessoas queriam ganhar dinheiro, e assim venderam suas reservas", avalia.

Diferentemente do mercado de ações e de outras moedas convencionais, que funciona com aberturas e fechamentos diários, o mercado dos Bitcoins nunca fecha, portanto as cotações podem mudar.

No entanto, a moeda digital chegou a atingir o valor de US$ 1.831,46 no dia 11 de maio, cerca de R$ 5.720 por cada Bitcoin.
 

*Com informações de Estadão Conteúdo

IMAGEM: Thinkstock

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