Alta da produção industrial interrompe 34 meses de queda

O crescimento de 1,4% em janeiro ante o mesmo mês do ano passado foi o mais elevado para o mês desde 2013, quando a indústria teve expansão de 6,5%

Estadão Conteúdo
08/Mar/2017
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Alta da produção industrial interrompe 34 meses de queda

A alta de 1,4% na produção industrial em janeiro ante janeiro de 2016 interrompeu uma sequência de 34 meses consecutivos de quedas.

O último resultado positivo tinha sido registrado em fevereiro de 2014, quando a produção avançou 4,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

O crescimento de janeiro de 2017 foi ainda o mais elevado para o mês desde 2013, quando a indústria teve expansão de 6,5%.

A produção industrial caiu 0,1% em janeiro em relação a dezembro de 2016, na série com ajuste sazonal, de acordo com informações divulgadas, nesta quarta-feira (08/03), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 1,8% a uma expansão de 1%, com mediana negativa de 0,10%.

Na comparação com janeiro de 2016, a produção subiu 1,4%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas dos analistas variavam de retração de 1,3% a avanço de 3,9%, com mediana positiva de 1,10%.

No acumulado de 12 meses, a produção da indústria acumulou queda de 5,4%.

A indústria brasileira ainda opera 19,1% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013, de acordo com o IBGE. O patamar de produção se assemelha ao de janeiro de 2009, época da crise financeira internacional.

"Indústria ainda opera em patamar bem abaixo do ponto mais elevado da série histórica", diz André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Na passagem de dezembro de 2016 para janeiro de 2017, a produção industrial teve ligeiro recuo de 0,1%. O resultado, entretanto, foi precedido por dois meses seguidos de avanço na produção - alta de 2,4% em dezembro e de 0,5% em novembro -, período em que acumulou crescimento de 2,9%.

"Apesar da queda em janeiro, há um comportamento mais positivo na indústria. A boa notícia é que a indústria não está aprofundando a queda como vinha acontecendo lá atrás. Depois de três anos de perdas, você não recupera com algum saldo positivo", afirma o pesquisador.

SETORES

A produção industrial recuou em 12 dos 24 ramos pesquisados na passagem de dezembro de 2016 para janeiro de 2017, de acordo com o IBGE. "Há equilíbrio de taxas positivas e negativas", diz Macedo.

O destaque negativo foi o recuo de 10,7% da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que interrompeu dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou um ganho de 18,7%.

Outras contribuições relevantes foram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,5%), máquinas e equipamentos (-4,9%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,0%) e produtos de borracha e de material plástico (-3,8%).

Na direção oposta, os desempenhos positivos de maior importância para a média global foram registrados por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (21,6%).

O setor de derivados de petróleo eliminou parte da queda de 5,6% acumulada nos dois últimos meses de 2016, enquanto o farmacêutico recuperou a perda de 19,4% verificada entre setembro e dezembro do ano passado.

Outros destaques positivos sobre o total nacional foram de produtos alimentícios (1,2%), bebidas (5,5%), indústrias extrativas (1,1%), metalurgia (1,8%), produtos de minerais não-metálicos (2,6%), celulose, papel e produtos de papel (2,3%) e outros equipamentos de transporte (6,4%).

BENS DE CAPITAL

A produção da indústria de bens de capital caiu 4,1% em janeiro ante dezembro de 2016. Na comparação com janeiro de 2016, o indicador mostrou avanço de 3,3%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF).

No acumulado em 12 meses, houve redução de 7,9% na produção de bens de capital.

Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou alta de 0,3% na passagem de dezembro para janeiro. Na comparação com janeiro de 2016, houve avanço de 2,3%. No acumulado em 12 meses, a produção caiu 4,8%.

Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de janeiro foi de redução de 7,3% ante dezembro e alta de 3,2% em relação a janeiro de 2016.

Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve crescimento na produção de 3,1% em janeiro ante dezembro e elevação de 2,1% na comparação com janeiro do ano passado.

Para os bens intermediários, o IBGE informou que o indicador teve alta de 0,7% em janeiro ante dezembro. Em relação a janeiro do ano passado, houve aumento de 0,8%.

No acumulado em 12 meses, ainda há queda de 5,5%. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria apontou avanço de 0,9% em janeiro.

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REVISÕES

O IBGE revisou o dado da produção industrial do mês de dezembro de 2016 em relação a novembro do mesmo ano de 2,3% para 2,4%. Houve revisão ainda na produção de bens de capital no período, que passou de -3,2% para -3,8%.

O instituto revisou também a produção de bens de consumo duráveis em dezembro ante novembro, que saiu de 6,5% para 7,4%, enquanto a taxa dos bens de consumo semi e não duráveis passou de 4,1% para 4,2%.

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Foto: Thinkstock        

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