Ac boost chega à 3ª edição e apresenta nova parceira de negócios da ACSP

Com 1029 participantes, o dobro das duas edições anteriores juntas, programa deve selecionar 30 startups ‘prontas para começar a vender’

Karina Lignelli
18/Ago/2023
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Ac boost chega à 3ª edição e apresenta nova parceira de negócios da ACSP

A 3ª edição do Ac boost, programa de impulsionamento de startups do Pateo 76, hub de inovação da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), se consolida entre os principais mentores dos pequenos negócios de tecnologia, no processo de abertura de mercado para conquistarem validação e escala. 

Além de registrar o dobro de inscrições das duas edições anteriores - 1029, no total -, num concorrido processo realizado nas redes sociais em apenas 20 dias de julho, uma construtech que recebeu o Selo de Inovação na edição 2022, a Hoff Analytics, acaba de se tornar parceira de negócios da ACSP.  

Essa captação acima das expectativas mostra que o Ac boost está ganhando relevância nesse mercado, afirma Alessandra Andrade, coordenadora-geral do Conin (Conselho de Inovação), da ACSP, e gestora do Pateo 76. "Se tem alguém que sabe como se relacionar e entende quais são as 'dores' do empreendedor é a ACSP. Por isso esse público vem para a gente para buscar esse espaço", afirma. 

A nova edição traz algumas diferenças positivas, como a mudança de métricas baseada em uma ferramenta para tornar ainda mais preciso o processo de seleção das 60 startups participantes do programa, e "tirar o empreendedor da zona de conforto dele", diz a especialista em inovação. 

O perfil dos participantes também mudou. Se nas outras edições era bastante diversificado, agora 40% dos inscritos tinham modelos de negócio em alta: o de assinaturas, de todo o tipo de produto.

Ainda que esse "empacotamento" tenha chamado atenção, a princípio, mesmo o modelo tendo um custo de aquisição de clientes mais alto, ele "traz um aproveitamento maior, pois além de o cliente ficar com você mais tempo, oferece a garantia de receber muito mais", destaca.

Ao contrário de outros programas de aceleração ou incubação, o Ac boost não é um programa de monetização, pois seu foco principal é negócio. Por isso, a ideia é encontrar startups que estejam prontas a "começar a vender", segundo a gestora do Pateo 76.

E, mais do que dinheiro, precisam se desenvolver para conseguir o principal: clientes. Por isso esse trabalho de preparar as startups, corrigindo as rotas necessárias para que passem a oferecer produtos e serviços com viés inovador não só para associados da ACSP, mas também para o mercado. 

Certificada na edição de 2022 do Ac boost, a construtech Hoff Analytics, de Janaíne Nascimento e Wesley Bichoff, virou parceira da ACSP e ajudará a entidade com dados estatísticos (Imagem: arquivo pessoal)

 

CEO da construtech Hoff, Janaíne Nascimento, administradora formada pela escola de negócios Esamc, de Sorocaba, dá uma ideia disso. Mesmo participando de alguns hubs e programas de inovação que oferecem mentoria, ela afirma que nenhum foi similar ao processo e ao suporte oferecido pelo Ac boost.

Nele, explica, as mentorias não são oferecidas em escala, ou seja, de forma geral para todas as startups, mas personalizadas de acordo com as necessidades de cada empresa. Todas passam por um check-up para identificação dos pontos que precisam ser trabalhados e, assim, seguem para uma trilha específica, contando com mentorias coletivas e individuais sobre essas necessidades.

"E não basta apenas participar da mentoria, precisamos desenvolver um plano, trazendo como trabalhamos cada um dos pontos identificados. No final, passamos novamente por uma avaliação individual, onde temos a oportunidade de apresentar nossos resultados e planejamentos."

Outra objetivo do Ac boost é gerar aprendizados para que a ACSP tenha cada vez mais fit (validação, no jargão das startups) com esse mercado de pequenos empreendedores de tecnologia e inovação.

"Estamos cada vez mais seguros da metodologia que desenvolvemos para ajudar esses empreendedores a crescerem suas empresas e chegarem ao próximo passo", diz Alessandra. 

Iniciado em 2 de agosto, o programa de impulsionamento se estenderá pelos próximos quatro meses, até 5 de dezembro. As 60 startups vão passar por mentorias, workshops e trilhas de conhecimento individuais e coletivas com especialistas do Sebrae, conselheiros do Conin e mentores do mercado. 

Porém, apenas 30 delas, que se desenvolverem de acordo com o esperado e chegarem à etapa final, receberão o Selo de Inovação da ACSP. Na primeira edição, em 2021, das 20 startups que chegaram à final, 17 conquistaram a validação. Em 2022, de 60 selecionadas, 32 foram validadas. 

INTELIGÊNCIA DE DADOS PARA O COMÉRCIO

Todos os negócios classificados nas edições anteriores já estão em operação no mercado, segundo Alessandra Andrade. Mas uma dessas startups, a construtech Hoff Analytics, validada na edição 2022, atendeu um dos objetivos principais do Ac boost: criar negócios para a ACSP e seus associados. 

Fundada pelo especialista em TI Wesley Bichoff, em parceria com a esposa e CEO Janaíne Nascimento, a startup de inteligência de dados nasceu para acompanhar obras e movimentações do mercado de construção civil, aplicando essa tecnologia para prospecção de negócios em todo o ecossistema. 

Sabendo que dados são o novo "petróleo" na era da digitalização, conforme diz, e conhecendo tradicionais problemas do mercado da construção civil, a solução também auxilia no processo para direcionamento de equipes comerciais às regiões com maior volume de obras, análises de entorno, previsão de consumo de materiais e até mesmo na gestão de estoque, por exemplo. 

"Também há possibilidade de visualização de demanda para análise de viabilidade de abertura de novas lojas/franquias, e até das movimentações de entorno antes de um lançamento imobiliário."

A ferramenta, um dashboard (painel de métricas e indicadores) desenvolvido pela startup para a ACSP, será usado a partir de agora em diversas áreas, municiando a área institucional da entidade com estatísticas colhidas e cruzadas de diversas fontes oficiais, como abertura e fechamento de empresas, por exemplo.

"Fecharam diversos comércios no Centro da capital paulista, então além de fornecer dados para futuras ações da ACSP, a ferramenta também ajudará o comercial a captar associados", explica Alessandra.  

Janaíne explica que a inteligência de dados permite a estratificação de indicadores e acompanhamento de abertura de novas empresas por bairro, ramo de atividade, faturamento e identificação das regiões em ascensão, entre outros.

Mas também prevê desdobramentos positivos - como uma ferramenta que impulsionará negócios envolvidos com o ecossistema da construção. "Podendo oferecer para pequenos comércios uma plataforma que mostrará para quem, quando e onde vender seus produtos", reforça. 

Com o contrato recém-assinado entre as partes na virada de julho para agosto, Alessandra Andrarde comemora a transformação do processo de captação de uma startup como a Hoff em negócios efetivos. "Encerramos o segundo ciclo do Ac boost com chave de ouro", afirma.

A Hoff já recebeu outras certificações importantes do mercado de startups, e aporte de empresas do ramo de construção civil, como a Vedacit, e também do Google e da Microsoft. Mas Janaíne destaca a relevância de receber um Selo de Inovação como o do Ac boost, área de inovação da ACSP, como validador da solução, pois já vem abrindo portas para muitos outros negócios.

"E é só o começo: nosso projeto com a ACSP tem tudo para ser o maior case da Hoff", acredita.

 

IMAGEM: ACSP/divulgação 

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