2016 será o ano da maior crise já vivida pelo comércio

Com indicadores negativos de vendas ainda do ano passado, FecomercioSP afirma em nota que a retomada do crescimento do varejo é improvável no médio prazo

Redação DC
12/Fev/2016
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2016 será o ano da maior crise já vivida pelo comércio

Apesar da estatística ser de novembro do ano passado, a indicação é que este será um dos piores anos para o varejo paulista, segundo nota da FecomercioSP.

A entidade aponta que a retomada do crescimento das vendas varejistas é improvável no médio prazo, e afirma que em 2016 poderá se consolidar a maior crise já vivida pelo comércio paulista, com retrações expressivas das atividades sem sinais de arrefecimento, dando continuidade a um cenário de desalento e baixas perspectivas.

LEIA MAIS: Varejo do interior paulista sinaliza mais resistência à crise

Segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), o faturamento real do comércio varejista do Estado atingiu R$ 46,8 bilhões em novembro, queda de 10,1% na comparação com o mesmo mês de 2014 e R$ 5,3 bilhões abaixo do valor alcançado em novembro de 2014. 

Este foi o menor faturamento  para o mês desde 2009. Já no acumulado dos onze meses de 2015, o varejo paulista teve retração de 6,5%, o que representa uma redução de R$ 34,2 bilhões nas vendas.

De acordo com a FecomercioSP, o resultado de novembro reafirma o mau momento que o comércio varejista no estado de São Paulo vive. Em dezembro de 2015, a expectativa é uma baixa de 4% no faturamento real.

Os baixos desempenhos confirmam a tendência de queda para o fechamento do ano, que terá retração de até 6% inferior ao observado em 2014, influenciada pela forte deterioração dos indicadores econômicos, como PIB, emprego, renda, crédito, déficit fiscal, alta da inflação, câmbio e juros.  

O resultado deve ficar próximo ao do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que mostra que que o varejo paulistano encerrou 2015 com saldo negativo de 8% - o pior desde o Plano Real.

REGIÕES 

De acordo com a FecomercioSP, entre as 16 regiões analisadas, apenas o comércio varejista da região do Litoral paulista mostrou resultado positivo em novembro (1,3%), enquanto as demais apresentaram recuo em suas vendas.

Sete das nove atividades analisadas apresentaram quedas expressivas em novembro, das quais quatro delas, acima de 15%: concessionárias de veículos (-23,7%), materiais de construção (-20,6%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-17,6%) e outras atividades (-15,6%). 

Somados, os quatro segmentos contribuíram negativamente com a retração geral com 9,8 pontos percentuais.

Por outro lado, os setores de supermercados (3,5% e colaboração no resultado geral de 1 ponto percentual) e de farmácias e perfumarias (0,7%, sem contribuição significativa), foram os únicos que não recuaram. 

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, além das baixas observadas no mês, o fraco desempenho dos setores de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-11,2%) é um forte indício de que nem mesmo as vendas promocionais da Black Friday de 2015 conseguiram impedir a forte redução das vendas do segmento.

NA CAPITAL PAULISTA...

O varejo da capital paulista registrou queda de 7,2% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2014 e atingiu o faturamento real de R$ 14,6 bilhões. 

LEIA MAIS: Comércio acumula recuo de 20% nas vendas na primeira quinzena

É o menor faturamento  para um mês de novembro desde 2009. No acumulado do ano, a retração foi um pouco menor (-4,4%) e  a 19º queda consecutiva nessa base de comparação, o que representa uma redução de vendas reais de R$ 7 bilhões em comparação ao mesmo período de 2014.

Das nove atividades analisadas, seis registraram queda, sendo que quatro retraíram acima de dois dígitos: materiais de construção (-21,5%), outras atividades, setor em que predomina o varejo de combustíveis (-19,1%), concessionárias de veículos (-15,0%) e lojas de móveis e decoração (-11,7%). 

Juntas, as quedas pressionaram negativamente o índice geral em 7,8 pontos percentuais.

No sentido oposto, as três atividades que conseguiram obter taxas de crescimento foram supermercados (4,0%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (1,9%), farmácias e perfumarias (1,7%), que somadas, amenizaram a queda geral  em 1,5 p.p..

Em 2016, a Federação prevê grandes obstáculos para os empresários do comércio da capital. Os estoques elevados e grandes compromissos de custos que são naturais do início de cada ano geram diminuição da liquidez, estimulando as promoções e liquidações de maneira ainda mais intensa.

FOTO: Thinkstock

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