Venda de veículos novos cai 21,06% em fevereiro

Mas a boa notícia é que as unidades exportadas aumentaram de 27,5 mil em fevereiro de 2015 para 51 mil no mesmo mês deste ano, um crescimento de 85,5%

Estadão Conteúdo
01/Mar/2016
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Venda de veículos novos cai 21,06% em fevereiro

O mercado brasileiro de veículos novos terminou fevereiro com uma queda de 21,06% nas vendas em comparação com igual mês do ano passado, informou nesta terça-feira (1º/03) a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Foram 146.783 unidades comercializadas no segundo mês de 2016. Em relação a janeiro, também houve retração, de 5,47%.

O recuo é mais um resultado negativo para as concessionárias do país. Em janeiro, as vendas caíram 38% na comparação com igual mês de 2015.

Com isso, no primeiro bimestre de 2016, o comércio de veículos novos teve baixa de 31,31% ante igual intervalo do ano passado. Em 2015, a queda foi de 26,5% ante 2014, o terceiro recuo anual seguido.

A forte retração acumulada nos dois primeiros meses coloca em dúvida a previsão de entidades do setor automotivo para o fechamento do ano. A Fenabrave, por exemplo, espera recuo de apenas 5,9% nas vendas. Representando as montadoras, a Anfavea projeta queda de 7,5%.

Na comparação com janeiro, as vendas em fevereiro foram prejudicadas pelo menor número de dias úteis, em razão do feriado do Carnaval. Foram 18 dias úteis no segundo mês do ano, contra 20 dias no primeiro mês. Tanto que, na média diária, as vendas cresceram 3,52% em fevereiro ante janeiro.

Por segmento, as vendas de automóveis e comerciais leves, juntos, tiveram queda de 20,54% em fevereiro sobre igual mês de 2015, para 142.068 unidades. Em relação a janeiro, houve baixa de 5,09%. No acumulado do ano, a retração foi de 30,98%.

Entre os pesados, o comércio de caminhões recuou 26,07% em fevereiro ante fevereiro do ano passado, para 3.823 unidades. Na comparação com janeiro, houve declínio de 12,03%. No acumulado do ano, a queda foi de 36,42%.

No caso dos ônibus, foram 892 unidades no segundo mês de 2016, baixa de 54,67% sobre igual mês de 2015 e tombo de 28,92% ante janeiro. No acumulado do ano, a retração foi de 48,84%.

VENDAS PARA MÉXICO E ARGENTINA AUMENTAM

A venda de automóveis foi destaque da balança comercial brasileira em fevereiro, especialmente para o México e a Argentina.

Segundo números divulgados nesta terça-feira (1°/03) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as unidades exportadas aumentaram de 27,5 mil em fevereiro de 2015 para 51 mil no mesmo mês deste ano, um crescimento de 85,5%. O valor exportado passou de US$ 397 milhões para US$ 604 milhões no mesmo período, incremento de 52,1%.

De acordo com o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do ministério, Herlon Brandão, a melhora no desempenho pode ser atribuída a acordos comerciais e ao câmbio, já que o dólar valorizado favorece as exportações.

"Com o México, houve renovação do acordo automotivo e com a Argentina, também. O setor já declarou que tem sido ajudado, ainda, pelo câmbio", disse Brandão. Os técnicos do ministério abarcam vários produtos sob a nomenclatura automóveis: ônibus, automóveis de passageiros, comerciais leves e caminhões.

Brandão ressaltou que os carros de passeio são os mais vendidos aos mexicanos e argentinos. No mês passado, as exportações brasileiras globais para o México cresceram 4,1% e, para a Argentina, 5,1%, ambos na comparação com fevereiro de 2015.

Segundo Brandão, os veículos puxaram os aumentos. "A Argentina está absorvendo mais por conta do valor absoluto. Mas, em termos relativos, o México cresce mais. A Argentina, no primeiro bimestre, teve alta de 100% em quantidade de automóveis vendidos e o México, de 140%."

O desempenho dos automóveis vem na esteira de um crescimento das exportações de produtos manufaturados em geral. De acordo com dados do ministério, no mês passado, as exportações brasileiras de itens básicos caíram 0,5% na comparação com fevereiro de 2015, pelo critério da média diária, que leva em conta o valor negociado em dólares por dia útil.

As exportações de semimanufaturados cresceram 14% no período. Já as vendas externas de manufaturados, que são os bens com maior grau de industrialização, aumentaram 7,9%.

Apesar de o fenômeno ser estimulado por questões como a alta do dólar e desaquecimento interno, Herlon Brandão espera que seja "perene". "Esperamos que seja perene. O comércio internacional demanda uma inserção. Uma vez que a empresa alcança as exportações, o interessante é que ela mantenha esse cliente conquistado", disse.

FOTO: Thinkstock

*Com informações de Agência Brasil

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