Saiba como usar patrocínios para construir a imagem de uma marca
Eventos podem ajudar a marca a criar empatia com o consumidor, além de se diferenciar dos concorrentes
Recentemente, o Comitê Organizador Rio 2016, responsável pela realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro, anunciou que havia atingido a meta de R$ 3 bilhões em patrocínio para o evento.
A verba é exclusiva de patrocinadores locais, um grupo de 40 empresas, como Bradesco, Net, Nissan e Correios. Entre os benefícios concedidos aos patrocinadores estão a exposição da marca nos locais dos jogos, uso da marca dos Jogos em produtos e campanhas e acesso às cotas de ingressos.
Embora as cifras de um evento do porte das Olimpíadas possam assustar pequenos e médios empreendedores, a prática de patrocínio de eventos é um formato de comunicação de marketing que deve considerado por empresas de todos os portes. Patrocinar eventos é uma forma de construir a imagem de uma marca – uma maneira de buscar identificação com público e diferenciação dos concorrentes.
Na hora de investir em patrocínios, o empreendedor precisar buscar oportunidades que estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa. Além disso, é necessário ter em mente qual será o retorno sobre o investimento. Por exemplo, a empresa busca exposição de uma marca, reconhecimento de um compromisso social ou resultado financeiro?
Conheça dois casos de empresas que apostam em patrocínios de eventos para desenvolver a imagem de suas marcas e conquistar mais clientes.
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COMPETIÇÃO DE BARBEIROS
Talvez você não conheça a empresa Wahl, mas é possível que já tenha utilizado os produtos da multinacional americana. A Wahl, fundada em 1919, é a inventora da máquina elétrica de cortar cabelo – e detém mais de 300 patentes de aparelhos e lâminas de corte no mundo.
Atuando no Brasil desde 2006, a Wahl é líder no mercado de máquinas de corte profissionais. Nos últimos anos, a marca buscou expansão em outros mercados. Uma das estratégias adotadas foi a criação de uma linha de produtos domésticos para atingir o consumidor final, formado principalmente por homens que cortam o próprio cabelo em casa.
Um nicho de mercado atraente para a Wahl são jovens moradores de periferia, que realizam cortes personalizados usando máquinas. “Em muitos casos, os garotos veem a prática da barbearia como uma forma de conseguir renda extra e dar seus primeiros passos no mercado de trabalho formal”, diz Fernando Farinas, diretor geral da Wahl no Brasil.
Recentemente, profissionais da empresa participaram do lançamento do concurso Batalha de Barbeiros, uma competição que ganha quem demonstrar mais destreza, criatividade e rapidez em cortes de cabelo e barba.
O evento é organizado pela empreendedora cultural Erica Nunes, que atua com projetos sociais junto a jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro. A Wahl é a patrocinadora master da competição, que até julho terá cinco etapas em quatro capitais brasileiras.
Quase 200 jovens participaram das três etapas já realizadas – cada uma das fases teve um público de mais de 600 pessoas. Os três primeiros colocados em cada etapa recebem kits e produtos da Wahl. Durante todo o campeonato serão distribuídos 47 mil reais em prêmios da marca Wahl – a empresa investiu mais de 200 mil reais na competição.
“A iniciativa visa apoiar a valorização do jovem e posicionar nossa marca como uma referência para esse público”, afirma Farinas.
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TORNEIO DE MINI-TÊNIS
Todo mês de agosto, os amantes de tênis da região metropolitana de Campinas têm um destino certo: o Cemara Open de Raquetinha.
Raquetinha é um esporte derivado do tênis tradicional – possui as mesmas regras e utiliza a mesma quadra, só que é jogada somente em duplas e com uma raquete menor que a padrão, confeccionada em fibra de carbono.
O evento nasceu de um hobby de Cesar Dei Santi, diretor da Cemara, empresa de loteamentos de Americana, no interior de São Paulo. Com o passar dos anos, a brincaderia entre amigos cresceu e várias empresas da região se tornaram patrocinadoras do campeonato.
Atualmente, o custo de 80 mil reais do Cemara Open de Raquetinha é pago por empresas de engenharia, construção civil, mídia, contabilidade, varejo, entre outras. Algumas patrocinadoras são clientes ou fornecedoras da Cemara.
As empresas apoiadoras podem montar estandes de relacionamento com o cliente no evento – o que também representa uma forma de atrelar as marcas aos valores do esporte, como saúde, bem estar e trabalho em equipe.
A edição de 2015 do Cemara Open de Raquetinha contou com a presença de mais de 200 atletas, entre eles, profissionais consagrados do tênis, como Flavia Sareta e Ricardo Melo, que já participaram da lista de 50 melhores jogadores do mundo.
De acordo com Santi, o torneio tem como objetivo estimular a prática do esporte entre os moradores da região.
“Também é uma oportunidade de exposição de marca”, afirma Santi. “Muitas pessoas vêm de longe para participar do torneio e acabam conhecendo as empresas da região."
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