Pegando carona nas grandes marcas

Pequenas empresas expõem seus produtos em shoppings virtuais de grandes, como Extra e Magazine Luiza, para atrair novos clientes pela internet

Camila Hungria
11/Nov/2014
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Pegando carona nas grandes marcas

Vender pela internet é um negócio crescentemente promissor. Levantamento da E-bit, empresa que pesquisa acessos e vendas pela internet, revela que cerca de 63 milhões de brasileiros já compram pelo meio virtual, que se estima deverá movimentar R$ 35 bilhões até o final de 2014. Apesar do volume crescente de compradores e de vendas, pequenos e médios varejistas ainda têm dificuldades para atrair potenciais clientes para seus sites.

 Hoje, os marketplaces, que nada mais são do que shopping centers virtuais que reúnem ofertas de diferentes fornecedores, despontam como uma tendência entre grandes marcas do varejo. Acompanhando esse movimento, pequenos e médios empresários pegam carona na visibilidade e capacidade de atrair tráfego de empresas como Magazine Luiza, Walmart, Extra, para expandir suas vendas.

“Os consumidores não vão passar na frente da sua loja virtual e entrar, como acontece nas ruas. Na internet, o empreendedor precisa encontrar formas eficazes de “aparecer” para seu público”, diz Felipe Wessel, professor de marketing digital da ESPM. Tendo em vista o grande volume de acessos dos sites de grandes marcas, como o Extra, por exemplo, que contabiliza mais de 1 milhão de visitantes diários, o especialista aponta o marketplace como um meio interessante para PMEs. “O marketplace é espaço atrante para o consumidor pois ali “se encontra de tudo”, diz Pedro Guasti, diretor executivo da E-bit. 

'Para se tornar uma parceira, a pequena empresa deve demonstrar sua excelência'

O conceito de marketplace nasceu nos Estados Unidos, com o lançamento do e-Bay, em 1995, inicialmente um site de leilões, mas que evoluiu para uma plataforma de ofertas de produtos de diversas marcas. Posteriormente, a Amazon, que começou como uma loja virtual, formalizou o conceito quando tornou seus concorrentes parceiros de venda em seu site.


Área no site da Amazon com orientações para pequenos e médios empresários que queiram colocar seus produtos à venda na loja virtual. As PMEs encontram áreas semelhantes com informações em sites de marketplaces brasileiros

De um lado, é um modelo de negócio que possibilita ao vendedor direto -o marketplace- não ter gastos com logística de entrega e estoque. Cabe a ele gerar tráfego para seu site, criar uma interface atraente e que facilite ao consumidor encontrar produtos e finalizar a compra. É o marketplace que recebe o pagamento e encaminha o pedido à marca de origem.  Em contrapartida, as empresas que colocam seus produtos à venda em sites como esses, cabe realizar a entrega do produto e o pagamento de uma taxa sobre o valor do mesmo. 

A Época Cósméticos, empresa referência na venda de produtos de beleza e perfumaria importados abriu sua primeira loja física há 23 anos, em Ipanema.  Em 2006, expandiu sua atuação para o universo virtual, lançando-se no comércio eletrônico. Há quatro anos a marca deu um novo e decisivo passo: formalizou uma parceria com o Magazine Luiza para ser fornecedora da seção de produtos de beleza do marketplace da empresa.

“Desde então apresentamos um crescimento galopante”, afirma Lucila Milman, CEO e diretora executiva da Época Cosméticos.com, braço de e-commerce da empresa, que apresentou um crescimento de 50% em relação à 2013.

Lucila ressalta que a parceria com o Magazine Luiza não só promoveu as vendas, como fez a empresa conquistar novos mercados. “Eles são muito fortes no nordeste, para onde não vendíamos antes. Agora nós temos um alcance enorme com a classe C e D, diversificamos nossa cartela e vendemos também produtos de até R$ 100”.

Mas para ser parceiro de uma grande empresa as pequenas precisam garantir a excelência na atuação. “A responsabilidade civil pelo serviço de compra e entrega é do marketplace. Se um parceiro não realizar a entrega corretamente, o consumidor pode processar a empresa”, alerta Pedro Guasti da E-bit.

Para acompanhar o ritmo de vendas da Magazine Luiza e garantir a excelência no serviço, a Época Cosméticos aumentou sua equipe de atendimento ao consumidor de 20 para 57 funcionários e terceirizou o serviço de entregas. “No meu segmento os produtos têm preço tabelado” afirma Lucila. “Não tenha dúvida de que o sucesso está no pós-venda, em fazer um trabalho bem feito na entrega e no atendimento.”

Cuidados ao optar por vender em marketplace

Os marketplaces são uma forma de pulverizar a exposição de produtos na rede, mas não são uma garantia de vendas e também não contribuem para que o empresário construa sua marca. Para driblar essas dificuldades, Pedro Guasti, diretor da E-bit recomenda:

1) “Antes de escolher um parceiro como esse, o pequeno precisa pensar sobre qual a vantagem competitiva do seu produto naquele espaço. A recomendação é que, para produtos muito específicos e de nicho, os pequenos verifiquem se o espaço já vende aquilo. Tudo depende de que produto e qual o diferencial. Ser exclusivo em um marketplace é um grande diferencial” 

2) “Pelo marketplace você pode vender mais, mas sua marca não aparece, o que acaba ofuscando a visibilidade da empresa. Por isso, é fundamental que o empreendedor invista em um site bem feito e aposte em outras estratégias de divulgação na rede, como uma comunicação eficiente pelas redes sociais e anúncios pagos do Google.”

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