O que os comerciantes esperam das vendas de Natal?

Na região da 25 de março, no centro de São Paulo, lojistas afirmam ter ampliado seus estoques e os itens natalinos vem ganhando espaço nas prateleiras

Mariana Missiaggia
07/Nov/2016
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O que os comerciantes esperam das vendas de Natal?

A pouco menos de dois meses para o Natal, a data sazonal mais importante para o comércio brasileiro, shoppings e lojas de rua já começaram a decorar vitrines e encher as prateleiras com os tradicionais produtos que simbolizam a festividade.

Na região da 25 de Março, no centro de São Paulo, os lojistas aparentam estar mais animados.

Quem passou pelo endereço em nesta mesma época do ano, em 2015, percebe a diferença. No ano em que a economia brasileira encolheu 3,8%, muitas lojas do comércio popular da 25 de Março chegaram a registrar queda de até 40% no volume de vendas.

Neste ano, a mudança de governo e o dólar equilibrado fez com que os lojistas se preparassem melhor para as compras de fim de ano.

A aposta dos comerciantes de que os consumidores anteciparão suas compras de Natal, especialmente, na região central de São Paulo, deve-se a duas razões: a expectativa de retomada da confiança e os dois feriados do mês de novembro (02 e 15/11).

Mas, será que isso é o suficiente para superar o revés do Natal de 2015? Ricardo João Chamie, 77 anos, proprietário da MP Brinquedos, afirma que sim.

CHAMIE JUNIOR E CHAMIE, DA MP BRINQUEDOS: EXPECTATIVA DE AUMENTO DE 20% NAS VENDAS

Mesmo com o clima de recessão, a loja localizada na rua Barão de Duprat, há 48 anos, tem registrado boas vendas aos sábados e feriados, desde o início do segundo semestre.

Considerado pelo comerciante como uma espécie de prévia para as compras de fim de ano, as vendas de brinquedos para o Dia das Crianças superou em 20% o desempenho do ano passado. E Chamie espera repetir o mesmo neste Natal.

De acordo com o empresário, a previsão de que os consumidores irão gastar menos com presentes neste ano não se confirma nas vendas da loja.

"Os clientes estão gastando sem restrições, por isso, aumentamos nosso estoque em 10%". Isso, porém, não se reflete nos segmentos do varejo de eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

Além do aumento no movimento de clientes dentro da loja física, 2016 foi o ano em que a loja virtual da MP Brinquedos finalmente, se tornou representativa para o negócio.

No ar há dez anos, o e-commerce só se fortaleceu há dez meses. Filho e sócio de Chamie, Ricardo João Chamie Filho, 45 anos, explica o que aconteceu.

"Aderimos ao market place, e hoje, a internet já representa 50% do nosso faturamento", diz.

Perto dali, a Lily Decorações também espera um Natal diferente. Com movimento fraco, em 2015, a loja não investiu em estoque, e ofereceu apenas peças nacionais entre R$ 50 e R$ 150.

Agora, o cenário é bem diferente. Aproximadamente 40% do espaço da loja está repleto de itens natalinos, religiosos, ou nas cores verde, vermelha e dourado. Em 2015, apenas algumas prateleiras da loja vendiam peças temáticas.

ESTOQUE DE 2015 É VENDIDO COM 20% DE DESCONTO

Com a queda do dólar, a loja voltou a investir em peças importadas, como um carrossel de R$ 898 e uma guirlanda de R$ 389. 

Na Matsumoto, as peças de Natal ganharam um andar inteiro para serem expostas, além das dezenas de prateleiras com enfeites também no térreo da loja.

Além de aumentar as vendas em relação ao ano passado, a estratégia também é vender todo o estoque remanescente de 2015 com 20% de desconto.

Se nas lojas populares o movimento vai bem, dentro do Mercado Municipal de São Paulo a história é outra. Alguns comerciantes estão preocupados com a solução encontrada pela clientela para deixar as ceias mais saborosas e baratas.

Lombo de bacalhau, cerejas importadas e queijos finos deixaram de ser protagonistas. De acordo com Luis Fernando Baré, 45 anos, vendedor do Box 45 do Mercadão, esses alimentos passaram a ser consumidos de uma outra forma na mesa dos brasileiros.

Em vez de ser consumida fresca, por exemplo, as compras de cereja foram antecipadas em época mais baratas, transformada em geleia e congelada para aparecer em sobremesas natalinas. "Restaurantes e hoteis fazem muito isso", diz Baré.

Já o bacalhau vem sendo substituído por qualquer outro pescado à venda por um preço mais acessível.

O queijo, que era vendido em grandes quantidades para montagem de tábuas de frios, agora é usado, principalmente em risotos, sendo vendido em porções bem menores.

LEIA MAIS: Já é Natal para o comércio

Resistentes na lista de tradições natalinas, os panetones estão chegando cada vez mais cedo aos supermercados brasileiros. Na primeira quinzena de outubro já possível ver algumas opções em destaque nas gôndolas.

"Estamos bastante otimistas com a temporada e acreditamos que nossos lançamentos vão garantir um crescimento acima de 10% nas vendas," afirma Reinaldo Bertagnon, executivo comercial da Village.

A projeção de aumento nas vendas da marca está sustentada no lançamento de mini panetones de 80 gramas - produto inédito da Village. A intenção é oferecer opções mais baratas com embalagens especiais, decoradas com os temas do Natal. 

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