O Brasil tem saída, mas não é pelo populismo

‘Medidas sancionadas às pressas visando somente interesses políticos e de grandes empresários, como a Reforma Tributária, não contribuem para o crescimento, por marginalizar a grande massa dos empreendedores’

Roberto Mateus Ordine
20/Fev/2025
Advogado e presidente da ACSP
  • btn-whatsapp
O Brasil tem saída, mas não é pelo populismo

Os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil são cada vez mais acentuados e longe de uma expectativa de melhora do cenário. A política fiscal não corresponde com a realidade do país. Diariamente somos surpreendidos negativamente com medidas populistas impostas pelo governo.

Ao contrário do que é proposto pela política fiscal do governo e, principalmente o que tem sido executado, não são garantias do crescimento econômico sustentável e da estabilidade econômica. Pelo contrário, são pautas de   populismo econômico que já se mostraram negativas.

A alta das taxas de juros, que tem impactado diretamente no desempenho do varejo e, consequentemente, na empregabilidade é consequência da política de aumento dos gastos públicos e da excessiva taxação, estimulados por essa agenda populista totalmente voltada para o Estado, e que reflete negativamente na confiança dos investidores. O populismo é um conceito que possibilita soluções imediatas, mas na prática seus efeitos não se sustentam por muito tempo.

Medidas sancionadas às pressas visando somente interesses políticos e de grandes empresários, como a Reforma Tributária, que vai trazer sérios impactos negativos para os pequenos empreendedores no médio e longo prazo, não contribui para o crescimento, por marginalizar a grande massa dos empreendedores, os micro e pequenos empresários abrigados no SIMPLES.  

Com a Selic em alta, o poder de compra diminui e o varejo perde. Entretanto, manter essa política de juros é fundamental para segurar a inflação e estabilizar a moeda. Entretanto, sem uma política fiscal coesa que vise o longo prazo, o resultado será a recessão.

Pagar impostos é uma necessidade para que o Estado possa cumprir suas funções, é um ato de cidadania. Reformas estruturais com contenção de gastos públicos, desburocratização e incentivos para os pequenos empreendedores, podem contribuir para o crescimento sustentável da economia.

A desaceleração da atividade econômica, refletida pela redução na criação de empregos, além do aumento da inflação (aumento dos preços dos itens essenciais como alimentos, bebidas, medicamentos e combustíveis), tem acontecido em um momento de alto endividamento das famílias, o que impacta negativamente nas decisões de compra fazendo com o que o consumidor fique mais cauteloso diante dos gastos. Resultado disso: a economia não gira.

Sou otimista e acredito na melhora do cenário econômico brasileiro, mas isso só será possível por meio de políticas fiscais e econômicas que aumentem a produtividade para tornar a economia brasileira sólida e competitiva. Menos burocracia e menos Estado geram mais competitividade. Infelizmente o que temos visto ultimamente é um retrocesso fiscal e burocrático inaceitável com a sanção da reforma tributária, cujo vetos não a tornaram mais racional.

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio

 

IMAGEM: DC

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

 

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Alessandra Andrade é o novo rosto da SP Negócios

Alessandra Andrade é o novo rosto da SP Negócios

Rodrigo Garcia, da Petina, explica a digitalização do comércio popular de São Paulo

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis